
A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Boa Vista vai investigar o vereador Júlio Cézar Medeiros (MDB), primeiro vice-presidente da Casa, se receber uma denúncia formal. A informação é do presidente do colegiado, vereador Ítalo Otávio (Republicanos).
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Nesta terça-feira (25), a Folha revelou que o ex-assessor do parlamentar, Marcos Dantas, relatou, em um boletim de ocorrência, que Júlio o teria agredido com socos no rosto na manhã de 1º de fevereiro, um sábado, na frente da própria casa, no bairro Cinturão Verde, zona Oeste de Boa Vista.
De acordo com Ítalo Otávio, até o momento, a comissão não recebeu nenhuma denúncia contra o vereador.
“Se a comissão for provocada, receber uma denúncia, receber algum documento de qualquer cidadão tem por dever abrir uma investigação sobre qualquer episódio que envolva o decoro parlamentar de qualquer vereador”, afirmou.
O presidente da comissão ainda explicou que, inicialmente, a presidência da Casa precisa receber a denúncia. “Em seguida, ela aciona a Comissão de Ética e Decoro, o presidente da comissão designa um relator e ouvimos as partes para fazer uma parecer”, pontuou.
Até o momento, Medeiros não se pronunciou sobre o assunto, apesar das tentativas da reportagem desde 13 de março.
O vereador está no quarto mandato consecutivo, para o qual foi reeleito em 2024 com 3695 votos, o quarto mais votado de Boa Vista.
Histórico de violência
Júlio Cézar Medeiros tem trajetória marcada por episódios de violência. Em 2016, ele protagonizou uma confusão com o então presidente da Câmara, vereador Edilberto Veras, no plenário, e o caso foi parar na delegacia.
Em 2018, ele foi acusado de agredir a própria chefe de gabinete. A Câmara chegou a abrir uma investigação contra o parlamentar, mas a denúncia não avançou internamente. Na época, ele rebateu as alegações da funcionária e se disse vítima de uma armação.
Em 2019, o então presidente da Câmara, vereador Mauricélio Fernandes, acusou o parlamentar de ameaçá-lo de morte – mas ele negou a acusação.
Em 2020, o secretário estadual de Infraestrutura, Edilson Damião (Republicanos), hoje vice-governador, acusou o vereador de agredi-lo, xingá-lo e ameaçá-lo durante uma reunião. Júlio César negou a acusação de agressão.