Comissão de vereadores voltará ao lixão para elaborar propostas de melhorias

Depois de conhecer a realidade do aterro sanitário de Boa Vista, localizado no trecho sul da BR-174, saída para Manaus (AM), que se tornou um lixão a céu aberto, a intenção da comissão de vereadores é retornar ao local para apurar mais profundamente a situação e elaborar propostas de melhorias no local, especialmente para as mais de 150 famílias que sobrevivem do lixão e outras que lá residem, inclusive com crianças.

“Nossa visita foi apenas o início de um trabalho e vamos conhecer melhor essa realidade e apresentar soluções na Câmara de Vereadores para melhorar a vida daquelas pessoas até que a Prefeitura possa discutir e apresentar um projeto de construção de um novo aterro sanitário”, disse o vereador Ítalo Otavio (PR) em entrevista ao programa Agenda Parlamentar na manhã deste sábado, na Rádio Folha AM 1020. A data da nova visita ainda não foi definida.

“Antes mesmo de ser vereador já havia feito algumas ações sociais com aquelas pessoas e agora voltei ao local como vereador na iminência de conhecer melhor essa realidade e apresentar projetos à prefeita Teresa Surita que venham a melhorar a qualidade de vida daquelas pessoas até que se construa o novo aterro, que por lei tem que ser construído até maio de 2018”, afirmou.

Ítalo também se mostrou preocupado com a possibilidade de o lixão estar contaminando o lençol freático e as águas do rio Uai Grande, que fica às margens do lixão. “Quando lancei essa proposta aos demais vereadores, todos aprovaram e abraçaram a ideia. Fizemos essa comissão composta por 12 vereadores e a repercussão disso foi a melhor possível. Vamos acompanhar essa situação, bem como estar presentes nas discussões de elaboração do novo aterro sanitário que a Prefeitura já está realizando através de audiências públicas”, disse.

Quanto as mais de 150 famílias que hoje sobrevivem no lixão e que devem deixar o local depois da construção do aterro sanitário controlado, Ítalo disse que já existe uma preocupação da Câmara. “Essa é uma preocupação em todo Brasil e temos que aderir a essa política nacional de resíduos sólidos. Especificamente em Boa Vista sabemos que não será fácil, mas vamos conversar com essas pessoas, procurar as cooperativas que atuam lá e tentar resolver a situação da melhor maneira possível e que todos saiam ganhando”, garantiu.

O vereador explicou que o local do novo aterro deve ser distante aproximadamente 20 quilômetros da zona urbana e de preferência num local alto em que se possa cavar 5 metros e implantar as mantas de proteção para não afetar o lençol freático nem a água dos rios. “Temos que ter essa preocupação, e por isso vamos acompanhar de perto a elaboração do projeto e ajudar com sugestões e opiniões”, disse.

Ele ressaltou o fato de Boa Vista ainda ser considerada uma capital pequena, com aproximadamente 300 mil habitantes, o que, segundo ele, dá para elaborar um plano de conscientização da população quanto à destinação do lixo doméstico.

“Podemos ter um melhor controle da correta destinação do lixo doméstico com uma campanha orientando a população a separar o lixo plástico, do papelão, do vidro e do lixo úmido, como restos de comida, e isso vai facilitar bastante quem recolhe e principalmente o trabalho das pessoas nas cooperativas”, disse. “É uma revolução silenciosa de grande importância e que vai diminuir gastos públicos”, concluiu. (R.R)