Após reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que um reajuste extraordinário nas contas de luz não está descartado pelo governo. “É uma alternativa”, admitiu.
O ministro declarou que o aumento pode ter um grande impacto na inflação, mas disse que o Banco Central (BC) ainda não foi consultado sobre o assunto.
“Nós ainda não discutimos qual será o cenário. Quando isso for definido, vamos conversar com a área pertinente. Aí, cabe ao ministro [da Fazenda, Joaquim] Levy fazer essa conversa”, disse.
A jornalistas, o ministro também afirmou que o setor elétrico precisa de uma “solução estruturante” para 2015. Sobre essa saída, ele considerou que a sequência de empréstimos para o setor – que somaram 17,8 bilhões de reais em 2014 – não voltará a se repetir em 2015.
Apesar disso, Braga declarou que a presidente Dilma deu sinal verde para a negociação de um empréstimo com bancos públicos para solucionar uma dívida de 2,5 bilhões de reais das distribuidoras de energia.
“A presidente Dilma deu sinal verde para que possamos avançar nos estudos”, afirmou. “Ela está absolutamente informada sobre o tema, é um tema que ela domina”, afirmou, acrescentando que uma nova reunião será marcada na segunda-feira. Até lá, os bancos públicos, como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa e Banco do Brasil serão consultados sobre a possibilidade do empréstimo, disse o ministro.
Braga afirmou ainda que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não é contra o empréstimo, mas favorável a uma reestruturação das tarifas de energia e do fundo setorial que banca o desconto na conta de luz, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Há dois anos, o fundo depende de aportes bilionários do Tesouro, política que Levy pretende reduzir. “Estamos ajustando conceitos. Cada ministro defende o Tesouro e o superávit primário, e nós defendemos os subsídios não aleatórios”, afirmou.
(Com Estadão Conteúdo)
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Conta de luz pode ter reajuste extra
"Alta extraordinária das contas de luz este ano pode impactar inflação, mas 'é uma alternativa'