
A entrada de Alexandre Padilha no Ministério da Saúde representa uma mudança importante na condução da política pública de saúde no Brasil. Ele é um nome experiente, já tendo comandado a pasta anteriormente, e conhece bem os desafios do SUS. Isso pode ser um ponto positivo, pois ele já tem familiaridade com programas como o Mais Médicos e a expansão da atenção básica, algo essencial para regiões mais remotas, como Roraima. Além disso, sua gestão pode trazer um olhar mais técnico e de diálogo com o Congresso, já que ele tem trânsito político e experiência em articulação.
A gestão da saúde no Brasil ainda sofre com problemas como falta de financiamento adequado, demora na fila do SUS e dificuldades na distribuição de médicos, principalmente para estados do Norte, como Roraima.
No caso específico do nosso estado, é preciso destacar que a ex-ministra Nísia Trindade cumpriu seu papel no que diz respeito ao envio de recursos federais para a saúde em Roraima. No entanto, a grande questão não é a falta de repasse, mas sim a má gestão desses recursos no âmbito estadual. Os recursos federais da saúde não chegam ao destino final, que é a população, que sofre diariamente em Roraima pela absoluta falta de gestão do governo estadual na administração desses recursos. Essa realidade atinge não apenas a capital, mas todos os municípios do estado, que enfrentam graves problemas estruturais por conta do mal uso e da má aplicação dos recursos da saúde.
A nomeação de Padilha traz tanto expectativas quanto desafios. Seu histórico sugere capacidade técnica e conhecimento da área, mas a influência política sobre o ministério será um fator determinante para o sucesso ou não da sua gestão. Para que Roraima realmente veja melhorias na saúde pública, não basta apenas o governo federal enviar recursos — é fundamental que haja fiscalização e compromisso por parte do governo estadual e municipal para garantir que esses recursos sejam utilizados de forma eficiente, transparente e em benefício da população.