Política

Delegado-geral diz que atendimento às demais categorias dependem de política

A crise na Polícia Civil de Roraima pode ser encerrada a partir de uma decisão política, ou seja, cabe ao governador Antonio Denarium (sem partido) definir se atende ou não às demandas apresentadas pelos demais profissionais da categoria, insatisfeitos com aprovação de lei que garante benefícios à classe dos delegados.

Em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 26, o titular da Delegacia-Geral afirmou que tem buscado amenizar a crise junto com o governador e as pastas necessárias, como a Secretaria de Planejamento (Seplan), para trazer alguma proposta viável para os policiais.

Amorim disse também que buscou realizar uma sequência de atos administrativos para garantir a promoção dos demais servidores, aguardada desde maio do ano passado, como a aprovação médica, a avaliação funcional dos servidores e capacitação profissional.

“A Polícia Civil entregou, está pronta, foi publicada, inclusive, no Diário Oficial, a relação dos aptos. Estão todos habilitados para promoção. A decisão é política, do Governo do Estado, diante das possibilidades orçamentárias”, disse. “Se o Governo verificar amanhã que tem condições de realizar a promoção, está pronto. Fiz tudo o que me cabia, a minha parte. Como gestor, sou limitado até certo ponto. Daqui para a frente cabe ao chefe do Executivo, não a mim”, declarou.

O delegado-geral também negou a informação de que não concordava com as demandas apresentadas pelos demais policiais civis junto ao governador, que foram levadas a conhecimento de Denarium por meio do chefe da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Olivan Júnior, que auxiliou na intermediação entre as categorias durante a crise.

Entre os pontos estão justamente a questão da promoção aguardada desde maio e também a aplicação dos mesmos critérios com relação à remuneração dos delegados para os demais profissionais da Polícia Civil, aceitando a data de início a partir de 2023. 

Segundo Amorim, a gestão da pasta defende as propostas apresentadas, embora ressalte que não se dá para atender a todos os pedidos sem questionamentos. “A gente defende, é claro. Está se discutindo a questão da isonomia, mas a gente é perfeitamente favorável. O governador não tem, de jeito nenhum, um parecer contrário do Delegado-Geral. O problema é saber negociar. A gente vive em um país democrático. Tem que saber ceder de algum ponto, não se pode agir com radicalismo”.

Além disso, o parlamentar também ressaltou que, apesar do clima de crise e divulgação de que os demais profissionais da pasta iriam pedir exoneração dos cargos, ainda não recebeu nenhum pedido de desligamento. 

Delegado-Geral nega perseguição de servidores

O gestor também negou as denúncias de policiais civis de que teria desmanchado a gestão da Divisão de Combate à Corrupção (Decor) por motivos pessoais. Segundo Amorim, não se trata de perseguição de servidores, mas de uma reformulação administrativa. “Tivemos alguns remanejamentos em virtude da capacidade técnica de alguns, formação na área”, declara.

O titular da pasta também afirma que nunca fechou as portas para as demais categorias. “Não sou Delegado-Geral dos delegados, sou de todos os policiais. Sou servidor público. Sirvo à sociedade, à Polícia Civil. Tudo que é feito é de forma de contemplar todos”, declarou. (P.C.)