LOA 2024

Denarium sanciona orçamento com R$ 400,2 mi de déficit e R$ 390,2 mi em emendas

Maiores investimentos estatais são para Saúde e Educação. Quase metade das emendas parlamentares são para vicinais

O governador de Roraima, Antonio Denarium (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
O governador de Roraima, Antonio Denarium (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O governador Antonio Denarium (Progressistas) sancionou a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2024 com o déficit de R$ 400,2 milhões nos cofres estaduais e as 241 emendas aprovadas na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) que totalizam R$ 390,2 milhões.

O Estado havia arrecadado para este ano R$ 8,6 bilhões, montante formado especialmente pelo recebimento de R$ 5,7 bilhões em transferências, e de R$ 2,4 bilhões em tributos. Desse total, R$ 1,8 bilhão precisou ser descontado para repasse ao Fundeb (Fundo de Manutenção da Educação Básica) e aos 15 municípios. Portanto, as receitas estatais previstas para 2024 são de R$ 7,1 bilhões.

As despesas, por sua vez, foram fixadas em R$ 7,5 bilhões. O orçamento sancionado atualizou o quadro de gastos de quatro dos seis órgãos majoritários de Roraima, com 3,64% de gastos a mais para o Poder Legislativo, 3,12% para a Defensoria Pública, 2,8% para o Executivo e 2,67% para o Judiciário em relação ao previsto na LOA enviada à ALE. Confira a seguir a divisão:

PoderDespesa
ExecutivoR$ 5,8 bilhões
LegislativoR$ 484 milhões
JudiciárioR$ 383,4 milhões
Ministério PúblicoR$ 135,6 milhões
Defensoria PúblicaR$ 98,8 milhões
Ministério Público de ContasR$ 23,1 milhões

Responsável pela maior fatia, o Executivo terá como maiores despesas a Saúde (R$ 1,3 bilhão) – por meio do Fundo Estadual de Saúde (Funsesau) – e a Educação (R$ 1,2 bilhão) – se somar os orçamentos de Fundeb (Fundo de Manutenção da Educação Básica), Secretaria de Educação e Desporto (Seed), Universidade Estadual de Roraima (Uerr) e Instituto de Educação de Roraima (Ierr). O Instituto de Previdência de Roraima (Iper), que gere as aposentadorias de servidores estaduais, terá despesas de R$ 527,1 milhões.

Denarium poderá mudar até 30% do orçamento, sem autorização da Assembleia, para realizar despesas imprevistas, por meio de recursos oriundos, por exemplo, de emendas parlamentares estaduais e federais, e da reserva de contingência (tipos de despesas não especificadas na LOA).

Como R$ 191,2 milhões em emendas foram remanejadas dessa reserva, restou apenas R$ 1,5 milhão para a contingência, além de R$ 288,3 mil em emendas parlamentares. Na LOA original, R$ 193 milhões formavam as reservas disponíveis.

No contexto de déficit, o Executivo de Roraima segue em regime de ajuste fiscal após estourar o limite estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que o impede de realizar desde novas contratações até concursos públicos. O Governo chegou perto de 52% das despesas com folha de pagamento, acima do limite legal de 49%. Denarium pretende resolver a situação até este quadrimestre.

O Legislativo também ultrapassou esse limite, ao chegar a 3,41% do orçamento de 2023 com gastos de pessoal, acima do percentual permitido de 3%. O presidente da Casa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), pretende ajustar essa conta ainda neste trimestre.

Quase metade dos recursos das emendas são para vicinais

Vicinal do Paredão, em Alto Alegre, em situação de intrafegabilidade (Foto: Reprodução)

Os deputados estaduais priorizaram, para este ano, a reserva de R$ 161,1 milhões para serviços em estradas vicinais, incluindo manutenção e construção de vias e pontes para facilitar o escoamento da produção agrícola de Roraima, considerando o atual cenário de intrafegabilidade pelo Estado. Essas 32 emendas representam 41% do total de recursos das alterações feitas ao orçamento na ALE.

Oito deputados destinaram suas emendas individuais impositivas para as vicinais: Catarina Guerra (R$ 2,6 milhões), Gabriel Picanço (R$ 2,6 milhões), Joilma Teodora (R$ 2,6 milhões), Soldado Sampaio (R$ 1,6 milhão), presidente da Casa, Dr. Cláudio Cirurgião (R$ 1,5 milhão), Ângela Águida Portella (R$ 1,3 milhão), Rarison Barbosa (R$ 1 milhão) e Renato Silva (R$ 495,9 mil).

A Comissão Mista de Orçamento, Fiscalização Financeira, Tributação e Controle destinou R$ 18,9 milhões em emendas coletivas impositivas remanejadas da reserva de contingência e R$ 128,2 milhões oriundos do cancelamento de recursos de secretarias estaduais para emendas coletivas não impositivas (que o governo estadual não tem a obrigação de executá-las neste ano).

Sete emendas especificam para que locais são as verbas. A cidade de Bonfim receberá o maior montante específico (R$ 10 milhões), seguida por Iracema (R$ 4,3 milhões), Normandia (R$ 1,6 milhão), Amajari (R$ 1,4 milhão) e Caroebe (R$ 800 mil).

Confira o orçamento completo