Após quatro dias do vazamento de um áudio de um suposto diálogo entre a deputada Catarina Guerra (Solidariedade) e o governador Antonio Denarium (PSL), sugerindo uma articulação para afastamento do presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Jalser Renier Padilha (Solidariedade), a parlamentar se pronunciou sobre o assunto, nesta terça-feira (22), durante sessão na Assembleia.
Diante da repercussão do vazamento da gravação da conversa, a deputada afirmou que foi convidada para uma reunião com o governador, onde estiveram presentes os deputados Aurelina Medeiros, Soldado Sampaio, Jeferson Alves, Thayla Peres, Éder Lourinho e Ângela Águida Portella.
Ainda em seu pronunciamento, Catarina lamentou que conversas reservadas sejam gravadas sem consentimento dos que estão sendo gravados. “Foi um ato covarde, um ato criminoso”, disse.
A parlamentar disse estar se questionando até agora qual seria o real motivo da gravação e o vazamento para a imprensa. Segundo ela, o áudio foi editado, sendo divulgado apenas um trecho de apenas um minuto de uma longa conversa.
Ela também revelou que os demais deputados presentes se posicionaram no mesmo sentido, mas as falas deles foram omitidas da gravação. “Fiquei surpresa mais ainda com o trabalho que tiveram em editar uma conversa bem mais longa em um trecho de quase 1 minuto, omitindo as falas dos demais presentes, não podendo assim, identificar as vozes dos outros parlamentares, que tinham suas ponderações e afirmações seguindo a mesma linha de insatisfação com os rumos que a Assembleia Legislativa de Roraima vem tomando”, revelou.
O que diz os deputados citados no pronunciamento de Catarina Guerra:
Aurelina Medeiros lamentou o vazamento dos áudios e comentou ainda sobre a votação de projetos do Executivo na Assembleia. “Estou assistindo esse embate pequeno que termina em uma coisa grande. Não cabe a gente decidir o projeto que chega aqui, cabe a nós colocarmos em pauta, votar e aprovar ou não.”
A deputada Tayla Peres (PRTB) comentou: “Com relação ao assunto externado no áudio, esclareço que em momento algum fui indagada sobre o mesmo durante a reunião. Portanto, afirmo que os assuntos que tratei na reunião foram estritamente institucionais e de interesse da sociedade. É lamentável o fato ocorrido, uma vez que a gravação foi obtida sem a autorização e conhecimento dos participantes da reunião”.
Por meio de nota enviada à reportagem da Folha, a Assessoria de Imprensa do deputado Jeferson Alves disse: “Os fatos mencionados já foram expostos hoje em plenário, tanto pela deputada Catarina Guerra, como pelos demais parlamentares envolvidos. Portanto o deputado Jeferson Alves não vai mais se pronunciar sobre o assunto”.
Por meio de um telefonema com a reportagem, o líder do Governo na Assembleia, deputado Soldado Sampaio, ressaltou: “É um caso de polícia, tem que ser apurado. É algo repugnante, horrível, não podemos compactuar com esse tipo de coisa, que envolve parlamentares e governador. Esse áudio para que foi editado e jogado nas redes sociais para gerar tumulto. Tem que ser periciado”.
A equipe da Folha não conseguiu falar com as assessorias dos deputados Éder Lourinho e Ângela Aguida Portella, mas o espaço está aberto para manifestação dos deputados.