Embora Roraima conte com vários órgãos de atendimento às mulheres, voltados para a área da saúde, da segurança e da defesa dos direitos sociais, a avaliação é que o índice de violência só irá diminuir com a conscientização também da sociedade.
A análise é da deputada estadual Yonny Pedroso (SD), autora do projeto de lei do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 08.
A parlamentar ressaltou que o Estado conta com órgãos como a Delegacia de Defesa da Mulher, Centro de Referência da Mulher, o Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame) e a Casa da Mulher Brasileira, além do Ministério Público e Defensoria Pública, mas que é preciso que a população também entenda que precisa mudar a forma de pensar.
“Cada um acaba atuando em seu interesse próprio. Acredito que um grande engajamento deveria partir do poder público, mas também da sociedade. Acho que nós fazemos a nossa parte, na hora da criação das leis, mas na hora da eficácia, de expandir isso, há muitas barreiras. A sociedade é muito bitolada nessa questão de conhecimento e conscientização”, afirma Yonny.
A deputada acredita também que por mais que existam as normas voltadas para a defesa do direito das mulheres, como a Lei Maria da Penha, ainda falta um caminho longo a ser trilhado para chegar a um patamar de equidade. No seu caso, por exemplo, afirma que vem desenvolvendo um projeto de lei que já existe em outros estados, que trata sobre o impedimento de contratação de pessoas condenadas pela Lei Maria da Penha.
A mudança pode ocorrer a partir da escuta da demanda da população e pela criação de propostas que acatem as necessidades das mulheres, disse Yonny. “Estamos tentando ser mais enérgicos, mas infelizmente o mundo é machista. Por isso existe esse movimento de mulheres no Brasil e no mundo. A concepção do mundo ainda é da mulher ter que casar, ter filhos e cuidar da casa. Os homens em si têm isso muito forte, de querer ser o alfa e dominar tudo. Por isso a importância de criarmos leis em defesa das mulheres”, completou.
CARTILHA – Entre as leis criadas pela deputada está a instituição do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, celebrado nesta segunda-feira, 9. A programação inclui a realização de uma blitz educativa e distribuição de uma cartilha educativa contra a violência doméstica e o assassinato de mulheres a partir das 07h30 desta segunda, na Praça do Centro Cívico, em frente à ALE-RR, além da realização de ações durante toda a semana.
A cartilha tem 16 páginas, que explicam o que é o Feminicídio, informam sobre a lei que criou o Dia de Combate ao Feminicídio, detalha o que é a violência doméstica e os tipos de agressões punidas através da Lei Maria da Penha. (P.C.)