Deputada federal solicita bloqueio do Tigrinho no Brasil

Gastos com jogos de azar, como o jogo do tigrinho, têm levado muitos brasileiros a adiar ou desistir do ingresso no ensino superior, apontam dados (Foto: Marília Mesquita/FolhaBV)
Gastos com jogos de azar, como o jogo do tigrinho, têm levado muitos brasileiros a adiar ou desistir do ingresso no ensino superior, apontam dados (Foto: Marília Mesquita/FolhaBV)

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou nesta quinta-feira (26/9) uma representação no Ministério Público Federal (MPF) solicitando o bloqueio do Jogo do Tigrinho no Brasil. Segundo a parlamentar, as empresas responsáveis pelos jogos “Tigrinho/Fortune Tiger”, “Coelhinho/Fortune Rabbit” e “Aviazinho/Aviator” estariam envolvidas em condutas que configuram crimes contra a economia popular, publicidade abusiva contra consumidores e publicidade infantil.

Na representação, Hilton argumenta que o jogo deve ser bloqueado até que a regulamentação de jogos de apostas no Brasil seja concluída.

“Frente ao acúmulo de crimes, contravenções e danos a direitos fundamentais que entram em colisão com direitos maiores que o direito ao jogo, justifica-se a necessidade de bloqueio, com urgência, do acesso via internet a essas apostas, ao menos até a elaboração de uma regulamentação pelo Governo Federal”, afirmou a deputada no documento.

A parlamentar também destacou que influenciadores famosos têm divulgado os jogos, geralmente direcionados a jovens e adolescentes, devido à sua iconografia.

“Isso porque, apesar do jogo em si ser permitido, definitivamente não é permitido nem o jogo para crianças e adolescentes e nem a publicidade voltada a crianças e adolescentes, seja por meio de influencers mirins”, acrescentou Hilton.

Outro ponto levantado na representação é o impacto econômico nas famílias brasileiras. Segundo Hilton, muitas pessoas estariam utilizando parte de suas rendas, inclusive o benefício do Bolsa Família, para jogar.

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