A deputada estadual Joilma Teodora (Podemos) usou a fala na audiência pública sobre a proibição da pesca comercial e amadora do peixe Tucunaré da Amazônia em quatro rios do Baixo Rio Branco, no Sul do Estado, para criticar a realização do evento longe da região. No evento desta quinta-feira (7), a parlamentar não poupou nem a si mesma nas críticas que fez aos membros da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).
O encontro reuniu parlamentares estaduais e federais, empresários, especialistas, comunidades ribeirinhas, representantes indígenas e do setor turístico da pesca para discutir o Projeto de Lei do Governo que pretende ampliar até 2031 a proibição da pesca comercial e amadora do peixe. A proibição excetua as pescas esportiva e para subsistência.
Em um dos pontos altos da audiência, Joilma afirmou que a audiência deveria ser realizada no Sul de Roraima e disse que, “muitas vezes, os deputados vão pra Brasília, outros estados, pra ver coisas bobas, bestas”, e que a maioria dos parlamentares “não sabe nem o que é o Baixo Rio Branco”.
A deputada afirmou que, enquanto os pescadores que deixaram a região para participar da audiência em Boa Vista, deputados têm “uma sala cheia de comida”. “Isso é uma vergonha, tirar vocês da casa da família, do sustento, da família”, declarou ela, que ainda admitiu não ter destinado emendas para beneficiar a região em 2023. “Eu me sinto envergonhada por ter esquecido de vocês”, disse, incentivando cada parlamentar a destinar emenda de R$ 1 milhão para os pescadores do Sul do Estado.
Joilma Teodora destacou que discutir a proibição da pesca é “perder tempo”. Ela ainda lembrou que foi empresária do setor madeireiro, chegando a ter 1,5 mil funcionários em 2016. “Estou hoje aqui porque fui atacada como empresária, me tornei deputada pra atender e lutar pelos empresários do nosso Estado, pelos meus funcionários”, discursou.
Aos pescadores do Baixo Rio Branco, a deputada declarou que os políticos querem que “passem fome pra existir a boca de urna”. “Políticos não querem que vocês tenham independência, tenham emprego de vocês. A gente quer entrar na casa de vocês e comprar o voto pra passar aqui mais quatro anos”, afirmou, sem nominar alguém.