O deputado federal Abel Mesquita (DEM) irá abrir a votação da Câmara, neste domingo, 17. Com a nova ordem divulgada na tarde desta quinta-feira, pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), que estabelece uma votação alternada entre estados das regiões Norte e do Sul, Abel inicia a votação que decide abrir ou não um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
Para a Folha, o deputado afirmou mais uma vez ser a favor do impeachment. Ele considerou que Roraima terá, na sua história, o registro do “primeiro Estado que votou para saída da presidente”. “O Estado de Roraima tem o privilégio histórico de ter um deputado federal iniciando a votação de um processo tão importante”, ressaltou.
A expectativa, conforme o parlamentar, é que toda a bancada roraimense, composta por oito deputados, vote a favor. “O único deputado que votou contrário ao parecer da comissão de impeachment foi Édio Lopes [PR], mas eu acredito que ele poderá mudar esse voto no domingo”, frisou.
Abel afirmou que “as conversas de bastidores” na Câmara apontam um resultado favorável ao impeachment, o que significa que o processo irá passar para o Senado. “Sem dúvida nenhuma, e eu participando do DEM, que é um partido que faz oposição com ética e me sinto à vontade para falar sobre isso, acredito que teremos uma larga vantagem pró-impeachment”, frisou o deputado.
“O governo da presidente Dilma chegou ao fim. E tenho sentido isso com os demais colegas da Câmara. Esse governo, que por hora aí está, não vem mais governando. Na verdade, a agenda do Brasil tem sido só a Lava Jato e não avançamos com nada. O governo não tem mais credibilidade com investidores e, obviamente, quando houver o impedimento, isso irá melhorar com a queda do dólar e o retorno dos investidores ao País”, avaliou o deputado roraimense.
Também votam neste domingo os parlamentares roraimenses Jhonatan de Jesus (PRB), Remídio Monai (PR), Hiran Gonçalves (PP), Carlos Andrade (PHS), Maria Helena e Shéridan (PSDB).
VOTAÇÃO – A previsão para o início da votação é às 14h deste domingo. Para que o processo seja instaurado, é necessário que no mínimo 2/3 dos deputados federais, ou 342 parlamentares, vote pela admissibilidade do processo. O arquivamento ocorre caso o Planalto consiga, pelo menos, 171 votos e abstenções.
Caso aprovado, o processo segue para o Senado, que montará outra comissão para analisar o impeachment. Lá também será votado e precisa obter o voto de 41 parlamentares para afastar a presidente por 180 dias. Ela terá 20 dias para apresentar sua defesa, neste caso. O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), assume o cargo interinamente.
O Senado convoca, então, o presidente do Supremo Tribunal Federal para comandar nova sessão no plenário. Neste momento, para o impeachment ser concluído, é preciso receber, ao menos, 2/3 de votos favoráveis (equivalente a 54 senadores) ao impeachment.
Se essa marca for alcançada, a presidente Dilma é destituída e fica impedida de assumir cargo público por oito anos. Caso não aconteça, o processo é arquivado, e a petista volta para a Presidência da República. (JL)
Édio Lopes muda de opinião e irá votar a favor do impeachment
O deputado federal Édio Lopes (PR) mudou o seu voto em relação à votação que ocorrerá no Plenário da Câmara dos deputados neste domingo, 17. À Folha, o parlamentar anunciou que irá votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Em sua justificativa, ele explicou que se posicionou conforme a orientação da bancada do partido durante a votação de segunda-feira, 11, que aprovou o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator da comissão, solicitando a instauração do processo que pode depor a presidente.
Contudo, Lopes afirmou que decidiu agir conforme o seu entendimento da situação, e não do partido. “Farei o que acredito ser melhor para o meu País neste momento”, analisou o deputado. (JL)
Ângela Portela diz que oposição está fazendo ‘guerra psicológica’
A senadora roraimense Ângela Portela (PT) afirmou que está acompanhando de perto as articulações do rito de impeachment em Brasília (DF). De acordo com a parlamentar, o processo comandado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e apoiado por inúmeros parlamentares investigados na Operação Lava Jato, ocorre sob “intensa guerra psicológica”.
Conforme a senadora, os partidários do impeachment querem fazer o país acreditar que já obtiveram os 342 votos necessários e que tudo já está definido. “Mas pesquisa de intenção de voto não é eleição, como todos sabemos. O que vale é o resultado final. O governo segue trabalhando no convencimento dos deputados e tem um prognóstico favorável para domingo. Eu confio que muitos parlamentares compreendam o absurdo que é derrubar uma presidenta que não cometeu qualquer crime, apenas porque a oposição não gosta de seu governo e não quer esperar pelas eleições de 2018”, frisou.
Ela fez um apelo a todos os parlamentares que irão votar neste domingo, 17. “Dirijo-me a todos os que acreditam na democracia, na soberania do voto popular e na alternância normal do poder a se manterem mobilizados, deixando bem claro à Câmara dos Deputados que impeachment sem motivo é golpe de estado e que não é dessa forma que o Brasil resolverá nenhum de seus problemas”, frisou. (JL)