CASO DE POLÍCIA

Deputado suspeito de estapear líder de comissão de concurso nega acusações

Em nota nas redes sociais, Rárison Barbosa afirmou que está "tomando medidas legais para combater as falsas informações divulgadas"

O deputado estadual Rárison Barbosa é terceiro-secretário da Assembleia Legislativa de Roraima (Foto: Marley Lima/SupCom ALE-RR)
O deputado estadual Rárison Barbosa é terceiro-secretário da Assembleia Legislativa de Roraima (Foto: Marley Lima/SupCom ALE-RR)

O deputado estadual Rárison Barbosa (PMB) negou as acusações de ter agredido e ameaçado o líder da comissão de candidatos reservas do concurso público da Polícia Penal. Em nota nas redes sociais, ele afirmou que está “tomando medidas legais para combater as falsas informações divulgadas”.

Procurado pela Folha antes da publicação da nota, o policial penal de carreira avisou por sua assessora que não comentaria o caso. O espaço está aberto para o parlamentar explicar sua versão do episódio que teria ocorrido na noite de terça (12), na entrada do Palácio Senador Hélio Campos.

Julio Pessoa registrou boletim de ocorrência contra o terceiro-secretário da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) no 1º DP (Distrito Policial). À Folha, a vítima explicou que a suposta agressão foi filmada pelas câmeras de segurança, cujas imagens a reportagem ainda não teve acesso. Pessoa estava acompanhado de dezenas de candidatos do certame de 2020 na espera por uma resposta do parlamentar e do governador Antonio Denarium (Progressistas) sobre o chamamento dos candidatos para posse em 2024.

Ele disse que Rarison chegou ao local antecipando que o governador iria vetar a emenda que contemplaria os candidatos na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024. Julio Pessoa disse ter subido para reunião com Denarium e que contra-argumentou com o Governo.

Pessoa disse que chegou a convidar Denarium a descer para explicar a situação à categoria, mas o governador disse que não poderia em virtude de uma lesão na perna. “O deputado desceu, me chamou pra ficar do lado dele, fiquei, e ele pediu pra repassar o que tinha ocorrido. E eu, de pronto, falei: ‘pessoal, infelizmente, não conseguimos o que viemos buscar’”, resumiu.

O líder da comissão conta que, durante as explicações, Rárison o deu um forte tapa em suas costas, logo após dizer que, com a categoria, não há “enrolação”, sem ironia ou sarcasmo. “Foi um tapa forte nas costas. Ele começou a esbravejar, dizendo que eu tava faltando com a verdade, soltando piada, algo assim. Fiquei sem ação, não lembro do que ele falou, só lembro que, depois disso, ele fez um gesto de cortar o pescoço, como se fosse: ‘Tou por aqui com você’. E desceu as escadas falando que, se os colegas continuassem andando comigo, eles iriam se arrebentar, porque sou o líder da comissão”, disse.

Uma testemunha, em caráter reservado, confirmou a versão à Folha. “Eu me senti intimidado. Ele ainda falou: se vocês continuarem seguindo o Julio, vocês vão ficar mais f*** do que vocês estão agora”, disse. “A agressão foi gratuita”.