Na votação de sua cassação na segunda-feira, 12, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve a solidariedade de 10 deputados que deram votos contrários à perda de seu mandato. O deputado federal por Roraima Carlos Andrade (PHS) foi um deles. Em entrevista à Folha, ele justificou o porquê de seu voto favorável ao ex-presidente da Câmara Federal. “Sempre defendi meus posicionamentos com coragem. Não mudarei isso agora. Quero explicar aos roraimenses meu voto deixando claro que fui coerente com o que acredito”, afirmou.
Andrade explicou que Cunha foi acusado de ter mentido ao afirmar que não possuía contas no exterior em depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, no ano passado, mas que em nenhum momento qualquer comprovação da conta foi apresentada na Câmara. “Eu não consegui evidenciar, na leitura do relatório, a prova contundente de que ele tinha uma conta na Suíça. Essa comprovação não foi apresentada”, alegou.
Sobre seu voto, o parlamentar foi enfático ao declarar que precisava ser coerente. “Quando Cunha foi a Roraima, eu o recebi e ele pedia voto para presidente da Casa. Ajudei a fazer a campanha para ele naquela oportunidade. Eu o acompanhei e entendo que ele fez uma boa gestão na Câmara. Como presidente, colocou mais matérias a serem votadas, fez mais sessões, observou o horário diferenciado, deu uma mobilidade na Câmara. Eu o acompanhei neste período e estava ao lado dele. Seria incoerente da minha parte, na hora da votação, ter um posicionamento diferente do que havia tido antes ou mudar o posicionamento de última hora”.
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Carlos Andrade explicou que faz parte da Comissão de Minas e Energia e teve direito a um assento na comissão graças ao apoio que recebeu de Cunha. “Ele não ajudou apenas Carlos Andrade. Ele ajudou Roraima, pois a questão energética é prioritária para meu Estado e eu tenho assento e voz graças a ele. Esses são alguns pontos fundamentais para meu voto”, frisou.
BANCADA – Dos oito deputados que fazem parte da bancada federal, cinco votaram a favor da cassação do deputado Eduardo Cunha e dois se abstiveram. Édio Lopes (PR) e Hiran Gonçalves, presidente do PP em Roraima, foram as abstenções e preferiram não votar nem contra nem a favor da cassação. A Folha entrou em contato com os dois parlamentares, mas nenhum se pronunciou sobre o assunto.
