CÂMARA DOS DEPUTADOS

Deputado de Roraima pode ser indicado para ser relator do PL do Aborto

Pastor Diniz já declarou que o aborto após a 22ª semana de gravidez é um “infanticídio de bebês indefesos no ventre” e um ato de “crueldade”

O deputado federal Pastor Diniz (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
O deputado federal Pastor Diniz (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

A bancada evangélica da Câmara dos Deputados avalia indicar Pastor Diniz (União Brasil-RR) para ser relator do PL do Aborto, a proposta que pretende equiparar ao crime de homicídio simples o aborto realizado após a 22ª semana de gestação (equivalente a cinco meses). A informação foi revelada pelo portal Poder 360.

Questionado pela Folha sobre se aceitaria o posto, o deputado de Roraima explicou que estava moderando uma audiência e prometeu se manifestar sobre o assunto “mais tarde”. No Instagram, ele compartilhou trecho da reportagem que trata sobre a relatoria.

Logo após a Câmara aprovar a urgência do PL 1904/2024, Pastor Diniz divulgou vídeo em que mostra a réplica de uma criança após a 22ª semana de gestação para dizer que o aborto nessa fase da gravidez é um “infanticídio de bebês indefesos no ventre” e um ato “absurdo” de “crueldade” e “terrorismo”. “Isso não pode persistir, isso não pode perdurar, a Suprema Corte, que deveria proteger, não pode fazer isso com os brasileiros de bem”, disse.

Outro nome que pode ser indicado pela bancada é o da deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ). Conforme o Poder 360, tanto ela quanto ele não foram consultados sobre o assunto e não disseram se aceitariam a indicação.

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), já revelou que deseja que uma mulher faça o relatório sobre a proposta. Nesse caso, Dani Cunha tem maior chance maior.

Acompanhado de líderes partidários e representantes de bancadas temáticas da Casa, Lira concedeu entrevista coletiva nessa terça-feira (18) na qual informa que o PL do Aborto será debatido no segundo semestre, portanto, após o recesso parlamentar.

O chefe do Legislativo defendeu um amplo debate sobre o tema. “Quero reafirmar que nada nesse projeto retroagirá nos direitos já garantidos e nada irá avançar para trazer qualquer dano às mulheres”, disse.