Em sessão ordinária na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) de ontem, 11, o deputado Nilton do Sinpol (Patri) afirma que esteve no final de semana no município de Bonfim, onde avistou diversas irregularidades em unidades de responsabilidade do Governo do Estado. Entre as denúncias feitas pelo parlamentar estão a má qualidade de serviço na saúde, educação e segurança pública.
À Folha, o deputado informou que a Escola Estadual Aldébaro José de Alencar, que funciona nos três turnos e tem quase 600 alunos, sofre a falta de alguns dos gêneros alimentícios para compor a merenda escolar, professores e pessoal de apoio.
“Das 12 salas da escola, somente em duas delas as centrais de ar funcionavam. Várias salas com problemas de iluminação. A escola é militarizada e por esse fato ela está um pouco melhor, diante desse caos todo”, afirma Nilton. O parlamentar diz ainda que o próprio gestor investe recursos próprios e chegou até a comprar tinta para pintar a escola.
Na área da saúde, o deputado afirmou que havia apenas dois técnicos de enfermagem para realizar o atendimento da população no Hospital Estadual Pedro Álvares Rodrigues, além de problemas estruturais como infiltrações e goteiras no telhado. “Faltam antibióticos como amoxilina. Não tem recepcionista. Dois técnicos de saúde para atender a população. Era para ter dois enfermeiros, mas não estavam lá. A situação ultrapassou o caos”.
Com relação à segurança pública, Nilton lembrou a existência de um convênio federal onde foram instaladas nove câmeras para ajudar a elucidar e prevenir vários crimes. Ele explica que as câmeras foram retiradas dos postes e no terminal da Polícia Militar a tela de monitoramento não funciona mais.
“Na Central, vários equipamentos foram retirados que não permitem que essas câmeras funcionem. Fui na Polícia Civil também, e a situação não foge à regra. Falta de recursos humanos, itens para trabalhar. A situação está um caos generalizado”, declarou. Nilton explica ainda que tem realizado seu papel como fiscal, mas a intenção é de continuar realizando os relatórios para os órgãos de controle. “Também vamos ajuizar ações para que a gente possa ter legitimidade e que o poder executivo desperte”, completou.
Governo confirma falta de professores, mas afirma que merenda escolar está regular
Em nota, a Secretaria de Educação e Desporto (Seed) informou que existe a necessidade de docentes para cumprir a carga horária de 16 horas na disciplina de Geografia, duas horas de Religião, três horas de Artes e duas horas de Filosofia na Escola Estadual Aldébaro José Alcântara.
“Na última convocação do processo seletivo para professores do interior, realizada dia 03 de junho, foi convocado professor para a disciplina de Geografia, mas o candidato não compareceu. A Seed organizará a próxima chamada após estudo das necessidades remanescentes, desta e de outras unidades de ensino”.
Em relação à merenda escolar, a Seed esclarece que os produtos são entregues pelo Departamento de Apoio ao Educando (DAE), mediante guias e protocolos de recebimento, e que de acordo com a guia de recebimento dos produtos, assinado pelo responsável da escola, houve a entrega de mantimentos.
“No dia 16 de maio, a unidade de ensino recebeu arroz, feijão e polpa de frutas. No último dia 03 de junho, a escola recebeu abacaxi, batata doce, couve, macaxeira, maxixe, melancia, melão, pepino, tomate, arroz, farinha de mandioca, feijão carioca e frango; já no dia 04 de junho consta o recebimento de três botijas de gás”.
Já a Secretaria de Saúde (Sesau) negou as declarações do parlamentar de ausência de profissionais e afirmou “que havia um médico de plantão e mais três técnicos de enfermagem no Hospital Estadual Pedro Álvares Rodrigues no dia 8 de junho”.
“Ressalta ainda que o médico plantonista estava em atendimento no momento da visita, por isso não conseguiu contato com o deputado Nilton do Sindpol. Pontua também que a ordem de serviço para a reforma da unidade de Bonfim será assinada na próxima sexta-feira, 14 de junho”, finalizou a Sesau. (P.C.)