Política

Deputado denuncia perseguição a servidores públicos estaduais

Dois técnicos da Agência de Defesa Agropecuária teriam sido exonerados depois que adesivaram seus carros com propaganda de adversária

A suposta perseguição a servidores públicos estaduais, principalmente detentores de cargos comissionados, foi denunciada pelo líder da oposição na Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Brito Bezerra (PP), ontem, durante sessão na Casa.
Brito citou os casos dos técnicos da Agência de Defesa Agropecuária (Aderr), Haroldo Pimentel e Gelb Platão, que teriam sido vítimas dessa situação. De posse dos decretos de exoneração, o parlamentar informou que o Estado teria investido algo em torno de R$100 mil na formação de Haroldo Pimentel, uma vez que custeou seu mestrado realizado na Universidade Federal de Minas Gerais, para que ele se especializasse em gado leiteiro e pudesse aplicar melhor esses conhecimentos na orientação a pecuaristas locais.
O outro técnico, Gelb Platão, que foi delegado do Ministério da Agricultura em Roraima, seria um dos principais responsáveis pelo Estado ter conseguido baixar de alto risco para febre aftosa para médio risco. Ambos teriam adesivado seus carros com propaganda da candidata oposicionista, o que teria levado à demissão. “Profissionais de ponta e técnicos respeitados. É uma afronta à democracia. Todos os cargos comissionados estão sendo ameaçados. E não podem nem ficar calados, tem que se movimentar, senão são demitidos do mesmo jeito”, disse.
Brito disse ter ouvido ontem relato de um líder comunitário do bairro Bela Vista, que afirmou ter recebido a proposta de receber R$5 mil e mais uma casa para apoiar politicamente o candidato à reeleição, governador Chico Rodrigues (PSB). “Atenção Polícia Federal, Ministério Público, Tribunal Regional Eleitoral, que querem um pleito sério. Estão derramando milhões em Roraima”, alertou.
O deputado Soldado Sampaio (PCdoB) também citou a suposta pressão a policiais e bombeiros militares que, se não se empenharem na campanha, não receberão promoção em suas corporações. “Quero chamar a atenção da Polícia Federal e do Tribunal Regional Eleitoral para que convoquem as Forças Armadas e a Força Nacional, pois tenho dúvidas se a polícia estadual terá isenção necessária para fiscalizar o processo eleitoral”, apontou.
Jean Frank (PPS) também comentou os discursos e disse que servidores estariam sendo humilhados. E completou afirmando que a Assembleia Legislativa teria demitido servidores para contratar cabos eleitorais para a campanha do governador. “A Casa demitiu 1.200 para contratar pessoas para trabalhar para o Chico”, disse.
OUTRO LADO – Por meio de nota, o governador Chico Rodrigues disse que, em seu governo, “não se pratica nenhum tipo de perseguição”. “É necessário respeitar a opinião de cada um independente do período eleitoral. E demissões são algo normal na gestão pública e privada”, diz a nota.
Afirmou ainda que Chico Rodrigues já pediu que fosse averiguado o motivo das demissões citadas por Brito. “O governador informa ainda que trata o servidor como prioridade, busca manter seus pagamentos em dia e durante sua gestão, que iniciou em abril deste ano, não fez nenhuma demissão em massa e sempre buscou a justiça na hora de tomar uma decisão”, complementou a nota.