A admissibilidade da Reforma da Previdência, pela Comissão de Justiça e Cidadania da Câmara Federal, foi o assunto debatido pelo deputado federal Hiran Gonçalves do Progressistas, um dos entrevistados do programa Agenda da Semana da Rádio Folha. O parlamentar acredita que, mesmo sendo constitucional, o texto apresentado pelo governo federal não será mantido na integra e passará por uma “lipoaspiração”.
“A reforma será lipoaspirada e ficará mais fininha. Tem muita coisa que acredito que não passa como a questão do valor de benefício continuado, o aumento da idade do trabalhar rural, o aumento do tempo limite de contribuição para professores, se depender de mim vai cair e a mudança na pensão por morte. O governo também queria autorização para regulamentar previdência com projeto de lei e isso não passa”
O parlamentar roraimense disse que a prioridade do seu partido, o Progressistas, que é a terceira força da Câmara, é a aprovação do orçamento impositivo.
“O meu partido acredita que é importante para o país a PEC do Orçamento Impositivo, pois ele deixará de ser autorizativo para ser discutido amplamente nas casas legislativas. Ou seja, o governo terá que gastar o que o Congresso aprovar. Além disso, ninguém seria pressionado por conta de uma possível aprovação da reforma. Então essa é a posição do Progressistas e dos partidos do Centrão, que têm compromisso com o país e dão equilíbrio ao Congresso”.
Ainda sobre a previdência Hiran Gonçalves acredita que o país teve mais gastos com renúncias fiscais do que com a previdência. “Tem segmentos que estão sendo privilegiados e isso tem que ser compensado com impostos ou programas para que a economia cresça, como o da previdência. Jamais vou votar para aumentar tempo de contribuição de professor, por exemplo, enquanto isso privilegiar empresa privada com mais renúncia fiscal”
O deputado acredita ainda que mesmo na Comissão Especial o Congresso fará muitas alterações no texto da previdência.
“Tenho certeza que os deputados que conhecem o país, não vão deixar que priorizem o mercado em lugar da vida das pessoas. Temos gargalos maiores que a reforma da previdência e estamos numa paralisia no país, em um ambiente de pouca perspectiva, com aumento da inflação e do desemprego. O governo precisa começar a pensar em perspectiva de mudança e nosso partido quer ajudar e torcemos para dar certo, mas estão jogando fichas numa reforma que não temos segurança para aprovar. Os governos passam e se não tiver trabalho na base o parlamentar não volta e com informações tão rápidas acontecendo, qualquer movimento que se faz é o fim da carreira política” concluiu.
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