Política

Deputado diz saber que será cassado e faz denúncias graves

Jalser Renier disse que foi informado de que parlamentares estariam recebendo salários de servidores e que irá investigar

O deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade) fez graves denúncias durante discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) nesta terça-feira, 30.

O parlamentar que enfrenta um processo de cassação, disse estar ciente que será cassado pelos colegas, mas que antes disso irá fiscalizar contratos feitos pela Casa Legislativa.

“Quero aqui informar que vou fazer uma fiscalização, e quero que os deputados tomem ciência. Tive a informação de que deputados estão recebendo dinheiro de funcionários. Se tiver alguém nessa casa que esteja recebendo salário nessa casa e dividindo dinheiro com deputado, podem me informar, que isso é crime e dá cadeia. Isso é gafanhotagem”, citou o parlamentar, ao lembrar do escândalo dos Gafanhotos, ocorrido em 2003, onde ele e outros políticos foram indiciados.

O deputado disse ainda que vai solicitar na justiça informações a respeito de processos que tramitam na ALE-RR.

“Vou pedir todos os processos que estão tramitando aqui dentro. Quero que me explique os R$ 40 milhões de crédito suplementar, e porque aumentou a verba de gabinete, e também porque todos os programas sociais que eu havia feito foram fechados, e também o porquê dessa casa ter aumentado a folha de pagamento em 25 %”, disse Renier.

Ainda durante o discurso, o parlamentar se defendeu das acusações de ser o mandante do sequestro do jornalista Romano dos Anjos. “Eu quero aqui sempre enfrentar o bom combate, a boa guerra. Se eu cair, vou cair como uma árvore. Vou cair de pé. Nunca desmoralizei ninguém. Estou sendo vítima, primeiro de ter feito algo que eu não fiz. Não sou homem de mandar fazer nada contra ninguém, eu mesmo faço. Ninguém tá preocupado com repórter não. Estão preocupados com a mesa diretora”, completou.

APRESENTAÇÃO DE PROVAS – Jalser Renier foi notificado a apresentar provas de sua inocência durante reunião de instrução da subcomissão, nesta terça-feira, 30, onde 31 testemunhas indicadas pela defesa deverão ser ouvidas.

Sobre o assunto, o parlamentar informou que compete à subcomissão de Ética, a convocação das testemunhas indicadas por ele, e questionou o presidente da Comissão de Ética, Coronel Chagas (PRTB) sobre como isso será resolvido.

Em resposta, Chagas disse que de acordo com o regimento interno, o responsável por isso, seria o presidente da subcomissão, Jorge Everton (Sem partido), mas deu explicações ao parlamentar.

“O senhor entrou com um mandado de segurança na Vara da Fazenda Pública, pedindo o adiamento da reunião e que quem deveria convocar as testemunhas seria a subcomissão e isso foi negado. Pelo que entendi, a subcomissão está cumprindo o rito. Nessa decisão o magistrado cita uma resolução de 2017, que estabelece que o acusado é quem deve apresentar as testemunhas a serem ouvidas”, explicou.

A deputada estadual, Lenir Rodrigues (Cidadania), que faz parte da subcomissão, disse não ter sido consultada sobre as deliberações da subcomissão a respeito da oitiva de testemunhas.

“Entendo que o senhor não pode trazer as testemunhas, e que a subcomissão é quem deveria notificar as testemunhas indicadas pelo parlamentar, pois respeito o direito a ampla defesa. Devemos tratar a cassação de um mandato com responsabilidade, pois um mandato é sagrado”, completou Lenir.