Política

Deputado Jânio Xingu anuncia mudança de partido

Segundo o parlamentar, a saída da atual sigla ocorre em razão de ser um partido radical e em Roraima não tem autonomia, não tem voz

O deputado estadual Jânio Xingu (PSB) afirmou que vai deixar a sigla PSB (Partido Socialista Brasileiro). O anúncio foi feito em entrevista à Folha FM 100.3, quando o parlamentar informou que a tendência é se filiar ao PP (Progressistas), que tem como presidente do Diretório Estadual o deputado federal Hiran Gonçalves.

“Estou conversando com o deputado Hiran pra eu ir para o PP, e a conversa avançou, inclusive já estive em Brasília duas vezes. Não tem nada definido ainda, mas este mês já quero definir isso, quero ter consolidado essa demanda de partido, para onde eu vou, para que a gente possa ter um rumo”, ressaltou Xingu, comentando que “Lá atrás eu tive uma conversa com o senador Temário Mota, para eu ir por PROS, mas não avançou”.

Segundo o parlamentar, a saída do PSB ocorre em razão de ser um partido radical. “Aqui em Roraima o PSB não tem autonomia, não tem voz. É um radicalismo muito grande, a gente precisa ter voz, opinar, levar nossas ideias, mas não é o caso do PSB. Mas tenho muita gratidão ao PSB”, ressaltou Xingu.

REELEIÇÃO 2022

O deputado Jânio Xingu disse que vai para a reeleição. “Mas isso é uma nova discussão que estamos fazendo, e tudo isso será resolvido até o final deste mês. Estive em Brasília e conversei com o deputado Hiran, que deve ser lançado pré-candidato ao Senado pelo PP. Hiran é um deputado de grande envergadura em Brasília”, ressaltou.

“Inclusive, o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, tem interesse na candidatura do Hiran, ao Senado. Hiran tem se mostrado um deputado de grande relevância, tem participado de grandes questões como é o caso da estrada que liga Lethem a Lindem, na Guiana, que vai beneficiar Roraima e o Norte do Brasil. O Hiran tem condições de disputar um cargo de Senador da República”, disse Xingu.

Sobre a indefinição partidária do governador Antonio Denarium tem, Jânio Xingu comentou que o chefe do Poder Executivo estadual também tem que definir para qual partido irá, e, segundo ele, isso deve ser feito agora até o final de junho.

“Estou na base do Governo. Acredito eu que a população de Roraima não deva inclinar todos os poderes do Estado para uma só família. Não tenho nada contra a família Surita, Jucá. Mas não se deve colocar todos os ovos em uma só cesta, ou seja, um Estado pequeno como o nosso, que depende muito do Governo do Estado, ter toda sua economia concentrada na mão de uma família, ter todo o orçamento da Capital, do Estado, não é bom para a sociedade. O poder tem que ser partilhado, não pode ficar tudo concentrado em uma só casa, com uma só família. Isso é perigoso, pois pode acontecer a ditadura branca, e a população ficar tutelada a uma família que decidirá o destino do Estado e da sociedade, de forma que enfraquece uma democracia, porque se perde o direito de debate”, enfatizou o parlamentar.

MESA DIRETORA DA ALE

Sobre o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), relacionado à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Roraima, o deputado Jânio Xingu esclareceu que nunca viu um processo com tantos pedidos de vistas.

“Lá em Brasília existe um julgamento que se arrasta e que envolve outras assembleias legislativas do País. O deputado Jalser Renier certamente está lutando pelos seus direitos, o que é salutar, mas a questão do Soldado Sampaio, a mesa diretora está consolidada, pois o voto do relator, o ministro Alexandre de Moraes, é pela manutenção da atual mesa diretora, mas, o ministro Gilmar Mendes pediu vistas. Nunca vi um processo com tantos pedidos de vistas como esse”, ressaltou.

“Certamente, o ministro Gilmar Mendes terá que avaliar o voto e trazer ao pleno, e ninguém sabe como será esse voto. Não temos nada definido, o que ocorrerá quando o pleno do STF decidir, colocando um ponto final. Mas o ministro não pode guardar esse processo por muito tempo, para que não perca o objeto, até porque, ano que vem, se encerra o mandato da atual mesa diretora”, frisou Xingu.

Ao fazer uma avaliação sobre essa questão, Xingu afirmou que é ruim essa demora para julgar o processo. “Isso traz uma insegurança jurídica para o Poder Legislativo estadual. Ano que vem vamos entrar em ano eleitoral, e o presidente e a mesa diretora não podem estar a mercê de uma decisão de 11 pessoas. Eles deveriam por bem decidir de forma rápida, para consolidar ou não a atual mesa diretora. Mas tem que resolver logo, porque fica uma insegurança muito grande. Esses ministros são os cargos mais perto de Deus”, disse Xingu.