O deputado federal e presidente da frente parlamentar da Medicina do Congresso Nacional, Hiran Gonçalves, disse em entrevista ao programa Agenda da Semana que repudia a operação ´Hipocrates`, coordenada pela Secretaria de Segurança Pública e Polícia Civil de Roraima, que investiga suposta irregularidade no cumprimento da jornada de trabalho de médicos efetivos e membros da Cooperativa Brasileira de Trabalho Múltiplo de Saúde. De acordo com ele, a ação policial foi desnecessária.
“Quando vemos uma operação daquela magnitude para comprovar que alguns médicos não estariam cumprindo horário e que são uma minoria, acaba por transmitir à comunidade uma impressão negativa sobre todos os profissionais da saúde. As pessoas quando estão nas unidades de saúde ou no trauma, angustiadas, quando escutam essas notícias, acabam por se revoltar ainda mais com as equipes que de fato estão trabalhando empenhadas no exercício da Medicina”, explicou.
Hiran Gonçalves ressaltou que não defende o mau profissional, mas que a forma como foram feitas as abordagens poderia ter sido diferente.
“Existe quadro para acompanhar quem está fazendo a escala de plantão e quem não está cumprindo horário. Quem não estiver regular, chamem para notificação, questionem, e caso não queira trabalhar, que seja convidado a sair”.
Gonçalves também falou sobre a demora na definição do local para construção de uma unidade do Hospital do Amor de Barretos em Roraima. “Temos terrenos em áreas acessíveis à população e nos foi comunicado que precisam de seis meses para definir onde é que será construído o hospital. As pessoas que precisam de serviços do Centro de Diagnóstico nos cobram e com razão. O projeto é sério e pertence a todos. Existem pessoas que perdem a vida para o Câncer que se tivessem um tratamento de diagnóstico precoce teriam mais chances”.
Recursos para a saúde – Hiran Gonçalves disse que a desculpa de falta de recursos para a saúde não pode mais ser utilizada para justificar crises. De acordo com ele, já foram disponibilizados R$ 18 milhões para a compra de medicamentos e ainda comentou como são administrados os recursos que sustentam a Operação Acolhida. “Nós estamos incentivando a vinda de imigrantes que ocupam os espaços nos serviços públicos. O impacto é refletido nas penalizações à população e muitas questões sobre a Operação devem ser discutidas e revistas”.
Novo programa Mais Médicos – O deputado Federal ainda anunciou a criação de um novo programa Mais Médicos no Brasil. “O primeiro programa gerou enorme insatisfação aos brasileiros. O novo modelo se chamará Médicos pelo Brasil e terá em média 18 mil vagas. A seleção será feita por meio de CLT, concurso e o diferencial será na questão de produtividade. Médicos que trabalharem em regiões mais remotas ganharão um pouco mais e, durante estágio probatório, poderão fazer cursos à distância em saúde da família para criarmos uma massa de médicos aptos a atuarem na saúde básica por todo o país”