Política

Deputados concluem que não há brasileiros entre vítimas de massacre

Os deputados foram até Puerto Ordaz, estado Bolívar

Depois de várias denúncias, principalmente nas redes sociais, de que havia brasileiros entre as vítimas do massacre de 28 garimpeiros na cidade de Tumeremo, Estado Bolívar, na Venezuela, distante 605 km de Boa Vista, os presidentes das Comissões da Assembleia Legislativa de Roraima de Defesa dos Direitos Humanos e das Minorias, deputado Chico Guerra (PROS) e da Comissão de Ciência, Tecnologia, Relações Fronteiriças e Mercosul, deputado Dhiego Coelho (PSL), foram até a região, conversaram com garimpeiros e visitaram autoridades brasileiras e venezuelanas.

A viagem foi um pedido do presidente do Legislativo, deputado Jalser Renier (SD), que preocupado com os brasileiros que trabalham nos garimpos venezuelanos solicitou que os deputados buscassem por informações oficiais.“Essa é uma situação que nos preocupa por que, tradicionalmente é uma região muito procurada por garimpeiros brasileiros em busca do sonho de uma vida melhor”, disse o presidente.

De acordo com Dhiego Coelho, foi divulgada, inclusive pela imprensa, uma lista com 28 nomes de pessoas que foram assassinadas e a indicação de que alguns desses seriam brasileiros. A viagem iniciou pelas cidades Las Claritas, El Dorado, Km88 e Tumeremo. “Visitamos algumas cidades da chamada ‘zona do garimpo’ onde existem vários brasileiros trabalhando e conversamos com alguns deles. A informação, informal, era de que não havia brasileiros no grupo que foi morto”, disse.

Os deputados foram até Puerto Ordaz, estado Bolívar, onde foram recebidos pelo vice-cônsul do Brasil na Venezuela, Carlos Otávio Ornelas, que informou que o Itamaraty já havia encaminhado documento a embaixada do Brasil em Caracas, capital da Venezuela, solicitando informações sobre brasileiros dentre as vítimas do massacre.

“O Consulado fez um levantamento de informações dentro da zona de garimpo e concluiu, com base nessa investigação, que não existiam brasileiros neste massacre. Então fizeram um documento e enviaram a Embaixada e ao Itamaraty esclarecendo a situação”, explicou Coelho.

A comitiva brasileira também foi recebida pelo vice-governador do Estado Bolívar, Teodardo Porras, que confirmou a informação recebida pelos deputados e acrescentou que as investigações policiais, até o momento, confirmaram 17 mortos no massacre. Ainda segundo Porras, existem 70 mil garimpeiros – cerca de 20 mil brasileiros – trabalhando em cinco cidades e o governo estima que são retiradas 200 toneladas de ouro por ano desses garimpos de forma irregular. 

MASSACRE- O caso veio à tona por meio das redes sociais no dia 6 de março, e acabou assustando famílias de garimpeiros brasileiros que trabalham naquela região. A princípio, as autoridades venezuelanas negavam a ocorrência, mas uma postagem da fiscal geral da República, cargo equivalente ao de Procurador-Geral da República no Brasil, Luísa Ortega Diaz, no Twitter, confirmou a informação.