A Folha teve acesso ao relatório de diligência feito pelo Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), em que é informado que o órgão desconhece a localização do cheque informado na reportagem publicada na edição dessa sexta-feira, 4.
No documento, há a informação de que durante a diligência na casa do deputado Jalser Renier (SD), os bens recolhidos foram separados de acordo com sua natureza e postos em sacos plásticos, entre eles, um em que foram colocados por volta de R$9 mil, US$2 mil e dois cheques de terceiros, um deles com valor de R$ 1 milhão. Entretanto, quando terminou a busca e os bens foram selecionados para confecção de relatório, os policiais perceberam que a sacola havia desaparecido.
Por esse motivo, ainda conforme o relatório, os policiais fizeram novas buscas em todo o imóvel sem que os bens e o referido saco fossem encontrados. O fato foi comunicado imediatamente aos representantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que enviou à residência do parlamentar o chefe da segurança institucional do Ministério Público e um oficial de diligência. Estes fizeram revista em todos os policiais rodoviários federais, em seus pertences, equipamentos e nas viaturas. Essa segunda vistoria no imóvel, que contou com o apoio de cães farejadores, demorou cerca de quatro horas, mas foi encerrada sem que o volume fosse encontrado.
Os fatos foram confirmados pela defesa do deputado que revelou ainda alguns supostos excessos cometidos pelos policiais. Segundos os advogados, embora tivessem seguranças no local, a porta da casa foi arrombada e foi feito uso de metralhadoras que, de acordo com eles, foram apontadas para moradores, inclusive crianças. Esse início da abordagem, ainda de acordo com os defensores do parlamentar, não foi filmada pela equipe do Gaeco.
Os advogados informaram ainda que não foram levados nenhum documento, como folhas de frequência ou processos licitatórios, da residência do parlamentar, como informado pela reportagem. O próprio relatório de diligência não cita esses itens como tendo sido apreendidos no local.
A Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa salientou que durante a busca e apreensão no prédio foram entregues, via ofício, quatro processos licitatórios referentes aos anos de 2013 e 2014, e ressaltou que o Gaeco já possuía cópias deles.
OUTRO LADO – Até a conclusão da matéria, às 18h30, o Ministério Público não havia se pronunciado.