Após votarem contra o marco temporal, os deputados federais Stélio Denner (Republicanos) e Duda Ramos (MDB) visitaram a mobilização contra a proposta na manhã desta quinta-feira, 21, que ocorre na comunidade indígena Sabiá, na terra indígena São Marcos. Durante o ato, os dois reforçaram serem contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48.
A mobilização já dura 24 dias e o movimento indígena reforçou que seguirá até que o senador Dr. Hiran (Progressitas) suspenda a PEC e atenda ao convite de conversa com as lideranças.
Durante o discurso, o deputado Duda Ramos reforçou o apoio à mobilização indígena. “Aqueles que são a favor do marco temporal chegam a ser desumanos, porque eles defendem que vocês só têm direito à terra aquelas reivindicadas, antes da Constituição de 88. Só que eles não sabem que vocês já estavam aqui. Esquecem das perseguições que vocês sofreram”, disse Duda Ramos.
Já o deputado Stélio Denner se comprometeu a continuar votando contra a proposta, além de afirmar que entregará um ofício ao senador Dr. Hiran pedindo a suspensão da PEC 48. “Essa nova PEC, não pode mudar o artigo 231, é imutável. Não pode mudar. É não ao marco temporal e se for para a Câmara, vou votar não”, afirmou Stélio Dener.
Durante o evento, o líder indígena constituinte, tuxaua Waldir Tobias, que participou da elaboração dos artigos da Constituição, garantindo os direitos indígenas nos artigos 231 e 232, fez um apelo aos parlamentares para que levem o recado ao senador.
“Quero pedir ao deputado que peça ao senador Hiran, que suspenda essa PEC. Eu deveria estar lá na minha comunidade, esse povo deveria estar, mas essa PEC está nos perturbando. Eu fiz parte em 88, assisti e fiz a proposta para construir os nossos direitos”, reforçou o tuxaua.
Após as manifestações das lideranças, um grupo de jovens dramatizou o processo de invasão das terras indígenas, presença de fazendeiros, destruição do meio ambiente e violências nas comunidades indígenas. Também dramatizaram sobre os impactos da PEC 48.