O senador Mecias de Jesus, em entrevista ao programa Agenda da Semana, comentou o atual cenário político no Brasil e as consequências das recentes eleições municipais, bem como da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Para o senador, os resultados das urnas mostraram um descontentamento do eleitorado com o extremismo.
Segundo ele, “o eleitor brasileiro votou contra a esquerda, principalmente a esquerda extremista. Votou mais a favor do centro do que da direita extremista”. Mecias interpretou o resultado como um “recado que o eleitor mandou através da urna, dizendo olha, sem extremismo nós somos centro”.
Sobre a vitória de Trump, Mecias ressaltou que, embora tenha gerado entusiasmo em alguns setores da direita brasileira, não deve ser considerada um benefício direto para o Brasil.
“Eu sou de direita, mas eu não sou extremista. Eu creio que a vitória do Trump não foi ruim para o Brasil, sobretudo para a direita brasileira. Mas eu não posso concordar que a direita brasileira se coloque dentro do extremismo maior do que o que já é, com a vitória do Trump lá nos Estados Unidos”, destacou.
O senador também discutiu a relação entre o governo Lula e o Congresso, observando que, apesar de o presidente ter bom relacionamento com os líderes do Legislativo, algumas pautas importantes enfrentam resistência.
Mecias apontou, por exemplo, que “o Congresso tem segurado algumas pautas, como, por exemplo, a reforma tributária, que, ao desejo do governo federal, já deveria estar em pleno vapor”. Ele manifestou preocupação com os impactos da reforma tributária para a Amazônia e Roraima, considerando que “os impostos irão passar da casa dos 30%, o que é péssimo para o Brasil”.
Mecias de Jesus criticou ainda a política fiscal do governo federal, mencionando o veto presidencial a um projeto de sua autoria que beneficiaria produtores rurais afetados por desastres climáticos.
“O presidente Lula vetou sobre o argumento de que nós estávamos aumentando, criando despesa e que o governo não tinha recurso para isso”, disse o senador. Ele argumentou que o governo parece priorizar determinados grupos e atua seletivamente em relação ao perdão de dívidas e criação de impostos.
O senador expressou preocupação com mudanças no regimento da Polícia Federal que, segundo ele, ampliariam os poderes da instituição sem a devida aprovação do Congresso.
“Eles acrescentaram um parágrafo em que dá poderes absolutos para a polícia federal […] baseado em normas infralegais”, afirmou. Mecias advertiu que essa medida poderia representar um risco à segurança pública e comprometer o combate ao crime organizado.
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Esta foi a terceira entrevista do programa Agenda da Semana. Para assistir ao programa completo e conferir as outras entrevistas.