O deputado federal Jhonatan de Jesus (Republicanos) articula desde o início do mês assumir uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Caso ele vá para o órgão, assume a vaga na Câmara Federal, o suplente Airton Antonio Soligo, conhecido como Cascavel.
À FolhaBV, Jhonatan de Jesus não quis se manifestar sobre o assunto. No entanto, em uma entrevista ao Congresso em Foco, o político afirmou que caso seja indicado para o TCU, terá de se debruçar sobre contas públicas e não sobre questões constitucionais.
Integrante da bancada evangélica e membro da Igreja Batista, ele rejeita qualquer semelhança entre sua candidatura e a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF), que também é evangélico.
“Nós evangélicos não somos diferentes. O culto que a gente vai, em relação aos católicos, só tem o dogma de diferença. Temos de separar isso para falar de um cargo público”, ressaltou.
Em nota, a bancada do Republicanos na Câmara manifestou apoio ao nome do deputado roraimense à vaga que cabe à Câmara concorrer ao TCU. Na avaliação do presidente da sigla, o deputado federal Marcos Pereira (SP), Jhonatan de Jesus dialoga bem com todos, tem boa articulação e está preparado para o cargo.
CASCAVEL – Conforme o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Airton Cascavel recebeu 10.490 votos nas eleições de 2018. Ele Já foi vice-governador de Roraima, prefeito de Boa Vista, deputado estadual e já esteve na Câmara Federal de 1999 a 2002.
Entenda
O Tribunal de Contas da União é um órgão colegiado e as decisões são tomadas pelo Plenário da corte ou por uma das Câmaras. Ele é composto por nove Ministros. O cargo de ministro do TCU é cobiçado por ser vitalício e ter grande influência sobre o mundo político.
A escolha é feita da seguinte forma: seis são escolhidos pelo Congresso Nacional, dois pelo presidente da República entre os Ministros-substitutos e membros do Ministério Público junto ao TCU e o nono é escolhido também pelo presidente, todavia essa escolha deve ser aprovada pelo Senado Federal.
Para as eleições de 2022, uma vaga será aberta, tendo em vista que a ministra Ana Arraes, de 75 anos, se aposenta em julho. Mas a Câmara deverá antecipar a escolha de quem a substituirá em fevereiro. Ao menos 7 deputados têm os nomes citados para assumir a vaga.
O motivo da antecipação é o pleito estadual de 2022, que está previsto para outubro. Com a escolha mais cedo, quem for derrotado terá tempo para organizar a campanha à reeleição como deputado, para que não corra o risco de precisar fazer campanha dupla: eleitoral e pelo TCU.