Em entrevista, Nicoletti critica Lula por receber o ditador Nicolás Maduro

Nesta terça-feira, o deputado federal Nicoletti (UNIÃO-RR) teceu duras críticas às falas do presidente Lula e à recepção ao ditador venezuelano, Nicolás Maduro, no Brasil.

Esta é a primeira visita de Maduro ao Brasil, desde que, pela condição de “ditador” e pelas acusações de diversos crimes, inclusive tráfico internacional de drogas, ele foi proibido de entrar no país pelo Presidente Bolsonaro. Maduro busca uma reaproximação com o Brasil por intermédio do Governo Lula, que o recebeu nesta segunda-feira no Palácio do Planalto em Brasília, gerando muitas críticas por parte do Congresso Nacional, de grande parcela da população brasileira e até venezuelana.

O deputado desafiou o presidente Lula a ir ao Estado de Roraima e verificar a quantidade de refugiados venezuelanos, as milhares de pessoas nas ruas e nos abrigos da Operação Acolhida, ouvir as suas histórias e então responder qual foi o bem que o regime de Maduro fez para a sua população, que foge da Venezuela para não morrer de fome e escapar da perseguição socialista:

“É um regime que só trouxe sofrimento e desgraça para o povo venezuelano e que exige um grande esforço do estado brasileiro, particularmente do Estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, para acolher os refugiados dessa crise humanitária sem precedentes na América do Sul”, disse o Deputado.

Nicoletti também frisou que as falas do Presidente Lula repercutiram negativamente no Congresso Nacional e, principalmente, em grande parcela da população brasileira, que não deseja que o Brasil siga o mesmo rumo da vizinha Venezuela!

Segundo o parlamentar, a narrativa do Presidente Lula, de que Nicolás Maduro é “injustiçado”, não se adequa à realidade decorrente da grave crise humanitária que a população venezuelana vem sofrendo, desde 2016, quando começaram a deixar o seu país, por conta das ações da ditadura e tirania de Maduro.

O deputado também destacou que o país já deve cerca de R$ 12 bilhões de reais para o Brasil e está com sua infraestrutura totalmente comprometida:

“Como pode nessa condição apoiar um governante que não olha para o seu povo? Que está deixando a população morrer de fome?”, disse Nicoletti.

A comunidade venezuelana no Brasil também se revoltou com essa visita do Maduro e pela maneira que foi tão bem recebido pelo Presidente Lula. O sociólogo venezuelano Guillermo Perez, o outro entrevistado, também fez duras críticas ao regime na Venezuela e questionou como Maduro e Lula pretendem garantir energia da Venezuela para Roraima, se não há nem para atender as necessidades dos próprios venezuelanos.

Nicoletti também afirmou que “não podemos ficar dependendo de um país instável”, e que irá apresentar Projeto de Lei para não permitir que a compra de energia da Venezuela para atender a necessidade de Roraima aconteça sem passar pelo Congresso Nacional. O objetivo do PL é evitar que o Brasil se torne dependente novamente do país vizinho, que não tem estabilidade política nem econômica.

“O que Roraima precisa é da interligação do estado ao sistema nacional de energia por intermédio do Linhão de Tucuruí e garantir que Lula não possa realizar por vontade própria a compra de energia da Venezuela. Roraima já sofreu muito com a situação dos apagões, quando dependia somente da energia que vinha da Venezuela, num momento em que aquele país ainda tinha sustentabilidade e estava bem economicamente. Imagine agora que a Venezuela está quebrada, suas estatais não funcionam e nem mão de obra qualificada possuem! Não podemos ficar nas mãos da Venezuela!”, completou Nicoletti.

Nicoletti também criticou duramente a narrativa de Lula de apoio a Maduro e a intenção de também querer implantar um regime socialista no Brasil. “Precisamos esclarecer as pessoas e evidenciar para a população venezuelana o que foi apresentado no relatório da ONU em 2022 com vários crimes cometidos contra a humanidade pelo Governo de Maduro, para que o povo venezuelano possa escolher o melhor caminho a seguir!”, afirmou Nicoletti.

Também destacou que os venezuelanos precisam do apoio da Comunidade Internacional e da ONU para terem a garantia do direito do voto nas eleições. “A máquina do Maduro vem atropelando o processo eleitoral e se impõem como uma ditadura, sem a possibilidade de um pleito democrático. Estamos na fronteira, vivenciamos essa realidade diariamente e não concordamos com essa narrativa falsa!”, concluiu o parlamentar.