Política

Em sessão tumultuada, vereadores não conseguem antecipar eleição

Troca de acusações e bate-boca marcou sessão da Câmara, mais uma vez, por causa da tentativa de antecipar votação da Mesa Diretora

Mais uma vez a sessão da Câmara Municipal de Boa Vista foi marcada por bate-boca e troca de acusações entre os vereadores. O assunto da vez ainda é o requerimento de antecipação da eleição da Mesa Diretora da Casa, de autoria do vereador Sandro Baré (PDT). Na terça-feira, ele tentou colocar o pedido em votação, mas não houve consenso.
Ontem, no final da sessão, Baré tentou mais uma vez discutir o assunto, mas ele disse que foi cerceado pelo primeiro secretário da Mesa, vereador Júlio César Medeiros (PRP). Para demonstrar sua insatisfação com a situação, Baré subiu à tribuna em sinal de repúdio e rasgou uma cópia do Regimento Interno da Casa, afirmando que o ato simbolizava o que alguns colegas teriam feito na sessão anterior, ao impedir a votação do requerimento.
“O que aconteceu aqui foi uma aberração. O requerimento nem chegou a ser lido. Foi fraqueza do presidente da Casa que não soube conduzir a situação como deveria”, comentou. Em seguida, se dirigindo ao vereador Júlio César, começou a relatar uma série de fatos protagonizados pelo colega e ocorridos na Câmara, envolvendo ameaça a filhos de uma vereadora, assédio moral a servidores e humilhação a outros vereadores.
Alguns dos vereadores presentes à sessão de ontem confirmaram as situações. “Respeito e medo são antônimos, vereador. As pessoas não lhe respeitam, elas têm medo”, disse Baré.
Ao usar a palavra, Júlio César preferiu contra-atacar e classificou os fatos citados por Sandro Baré como “desavenças normais” no âmbito do Poder Legislativo. “Desavenças normais, sem ofender o sentimento de ninguém”, disse. Por outro lado, citou uma série de irregularidades na Casa, segundo ele, encabeçadas pelo presidente, Léo Rodrigues (PR), e com a conivência dos vereadores Sandro Baré e Míriam Reis (PHS).
Entre elas, citou processos licitatórios irregulares e sem a tramitação devida, o que foi negado pelos vereadores acusados ainda em plenário, além de uma suposta falsificação de uma assinatura sua junto ao Banco do Brasil.
À imprensa, Júlio César voltou a repetir que a tramitação do requerimento não foi adequada e, apenas por isso, se posicionou de forma contrária à votação. “Não existe ambiente para que a recondução aconteça de um dia para o outro. A maioria dos vereadores não aceitou que o requerimento fosse aprovado dessa forma”, disse. Ele também negou interesse em concorrer a qualquer cargo da Mesa Diretora.