A representante do presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, Juan Guaidó, no Brasil, professora Maria Teresa Belandria, está correndo contra o tempo para montar dois centros de atendimento para o canal humanitário venezuelano em território brasileiro. Belandria foi designada “embaixadora” no Brasil por Guaidó, que se proclamou presidente interino do país vizinho no dia 23 de janeiro e foi reconhecido por 48 países.
Enquanto prepara uma viagem para o próximo fim de semana à região da fronteira entre Brasil e Venezuela, Belandria tem uma agenda carregada de reuniões em Brasília e, nesta quarta-feira, será recebida pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, a quem pedirá, segundo confirmou ao GLOBO, “colaboração de militares e policiais na logística e segurança de todo nosso trabalho no Brasil”.
— Queremos implementar no Brasil o mesmo modelo que temos na Colômbia, onde os militares e policiais são essenciais. Não pensamos em militares estrangeiros entrando na Venezuela, mas, sim, nos ajudando e protegendo dentro do território brasileiro — disse a professora entre uma reunião e outra.
Junto com o coordenador internacional do canal humanitário, o deputado Lester Toledo, no exílio desde 2017, a representante de Guaidó planeja abrir dois centros de ajuda humanitária no Brasil: um em Boa Vista, para estocar alimentos e remédios, e outro em Pacaraima, dedicado à distribuição. A primeira cidade fica a 400 quilômetros da fronteira com a Venezuela, e a segunda, a 200 quilômetros.
Toda a operação está sendo coordenada em conjunto com a Agência Brasileira de Cooperação, comandada pelo embaixador Ruy Pereira, que esteve à frente da embaixada do Brasil em Caracas até ser expulso do país pelo Palácio de Miraflores, em dezembro de 2017.
Com informações de O Globo