Política

Esquema usava

Além de quatro prisões, a PF cumpre nove mandado de busca e apreensão. A justiça concedeu ainda bloqueio de mais de 5 milhões em bens

*MATÉRIA ATUALIZADA ÀS 9h28

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, dia 4, a segunda fase da Operação Tântalo, que tem o objetivo de prender suspeitos de envolvimento em organização criminosa que desviava recursos públicos de merenda escolar no âmbito do Programa Mais Educação, no período de 2016 a 2018.

Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e nove mandados de busca e apreensão em capital Boa Vista. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Roraima após representação policial. 

Foram concedidos, ainda, a quebra do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, além do sequestro de bens e bloqueio de valores em até R$ 5 milhões. A operação conta com o apoio do Ministério Público Federal (MPF)

O Inquérito Policial do caso apontou que a empresa que tinha o contrato com o Governo de Roraima referente ao fornecimento de alimentos para merenda escolar teria recebido, só em 2018, mais de 7 milhões de reais. Entretanto, esta empresa pertenceria a um “laranja” do esquema, e os verdadeiros dirigentes agiriam sem vínculo com a empresa ou seriam proprietários de outras empresas, para as quais a maior parte do dinheiro era destinada.

A Polícia Federal apreendeu documentos em 9 locais (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

PRIMEIRA FASE – Em dezembro de 2018, a primeira Fase da Operação Tântalo desarticulou o esquema que estava em andamento desde 2016. O grupo  contava com o falso atestado de recebimento de produtos adquiridos pelo Estado. 

Desta forma, a empresa responsável pelo fornecimento dos alimentos realizava a entrega parcial dos produtos faturados, ou os substituía por produtos mais baratos, recebendo o atesto de entrega integral destes por servidores integrantes do esquema. O proprietário da empresa detentora do contrato e outros três envolvidos foram presos, na época.

A Investigação demonstra que mesmo após a primeira fase da operação, uma das empresas envolvidas no esquema estaria tentando obter novos contratos com o Governo de Roraima por meio da participação em processos licitatórios.

TÂNTALO – O nome da operação faz referência ao personagem da mitologia grega que foi castigado a nunca conseguir alcançar água e alimentos, apesar de viver cercado destes em abundância, restando em eterno suplício.

GOVERNO – Sobre o cumprimento desta segunda fase da operação, o Governo do Estado enfatizou, por meio de nota, que os desvios na merenda escolar apontados na investigação foram cometidos na gestão passada, nem quaisquer relações com a atual gestão.

A nota esclarece ainda que o Governo Denarium é pautado no compromissão com a boa gestão do dinheiro público, combate à corrupção e repudia práticas de desvio de conduta.

“O Governo se coloca à disposição da Polícia Federal para contribuir com as investigações e resultar na punição de possíveis criminosos”, finalizou.

Outras informações na FolhaWeb e matéria completa na Folha Impressa desta sexta-feira, 5.