Estudo analisa viabilidade de interligar BR-210 a Santarém, anuncia deputado

O sonho de ver o Estado de Roraima interligado com o restante do país via terrestre, através da BR-210, que finda no Município de Caroebe, Sudeste do Estado, com a BR-163, que começa no Município de Santarém (PA), pode virar realidade. Para isso acontecer, o deputado federal Remídio da Amatur (PR) disse que está concluindo um estudo de viabilidade econômica para concluir os 520 quilômetros da rodovia que liga Jatapu, em Caroebe, a Óbidos (PA). 

A afirmação foi durante entrevista ao Programa Linha Direta com os Municípios, sábado, pela Rádio Folha AM 1020. Segundo o deputado, o estudo estará concluído ainda este ano. “Sabemos que construir estradas não é fácil, principalmente na Amazônia, com todas essas questões ambientais, mas temos que aproveitar esse momento para levantar essa bandeira, já que a BR-163 passou 40 anos para ser asfaltada e está sendo concluída esse ano. Assim como a BR-230 que está sendo asfaltada de Itaituba, no Pará, a Belém-Brasília”, disse.

Ele ressaltou que, uma vez o estudo concluído, vai convocar a classe política do Estado, em especial a bancada federal em Brasília, formada pelos oito deputados federais e os três senadores, para viabilizar os recursos necessários para a execução do projeto. “Isso não é um trabalho para uma pessoa só. Precisamos do apoio do Governo do Estado, dos prefeitos daqueles municípios envolvidos e que serão beneficiados, além do empenho de políticos do Pará, que já se identificaram com esse projeto. Vou trabalhar esse meu mandato para que se possa ter êxito nesse projeto de ligação da BR-210 com a BR-163 em Santarém”, frisou.

Pelo projeto que vem sendo defendido pelo deputado roraimense, com a conclusão da estrada, Roraima terá ligação com Cuiabá, Brasília e o restante do país. “Além de ter ligação com Itaituba, pela Transamazônica, à Belém-Brasília e ao Nordeste saindo de carro ou por empresas de transporte de passageiros”, disse.

Remídio ressaltou que o projeto é um dos principais temas de pauta do Centro de Estudos Estratégicos (Cedes), da Câmara dos Deputados, responsável por estudos de viabilidades para o desenvolvimento do país. “Sou o relator de um estudo estratégico para a Região Norte e estou aproveitando para encaixar Roraima nesse estudo de desenvolvimento da região”, disse.

Para o parlamentar, essa é uma estratégia para alavancar a economia e o desenvolvimento do Estado. “Se conseguirmos fazer isso, estaremos colocando Roraima em outra realidade”, disse, exemplificando o calcário que chega ao Estado vindo de Santarém. “Isso vai viabilizar muita coisa, porque, ao invés de vir de balsa até Manaus, para depois chegar a Boa Vista, em menos de 24 horas teremos o calcário e outros insumos e mercadorias vindos pela BR-210”, frisou.

ORIGEM – A BR-210, também conhecida como Perimetral Norte, foi planejada no auge do desenvolvimentismo econômico do regime militar para cortar a Amazônia brasileira desde o Amapá até a fronteira colombiana no Estado do Amazonas, fazendo parte do Plano de Integração Nacional. É uma rodovia federal projetada para atender aos estados de Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. Até hoje somente foram implantados trechos nos dois últimos estados.

Em Roraima, a BR-210 possui 411,7 quilômetros abertos, saindo do rio Jatapu e conectando as cidades de Caroebe, São João da Baliza, São Luiz e Caracaraí, além de diversas vilas. (R.R)

Para deputado, restauração da BR-319 deverá baratear custos para Roraima

A restauração e manutenção da BR-319, que liga os estados do Amazonas e Rondônia, vai tirar Roraima do isolamento terrestre e interligar o Estado ao restante do país, barateando frete e custos de mercadorias, conforme Remídio da Amatur. Ele aposta na recuperação das estradas da Região Norte como principal fator para o desenvolvimento.

“Essa estrada teve tráfego até 1984 e fechou em 1986 e veio a ser reaberta no ano passado. Ela é muito importante para o desenvolvimento de Roraima e estamos buscando recursos com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos, que é do nosso partido, junto com Alfredo Nascimento, que é o presidente do PR, que também defende esse projeto. Em breve estaremos com tráfego liberado, mesmo que com estrada de chão e pontes de madeira”, frisou.

Remídio ressaltou que, com a estrada concluída, haverá facilidade para trazer animais e mercadorias para o Estado. “Hoje, para se trazer animais de Rondônia para Roraima, são de seis a oito dias. E não é fácil manter os animais alimentados numa balsa. Acaba morrendo animais no trajeto”, disse. “Com essa estrada, vamos conseguir trazer mais animais, já que o Estado vai precisar de animais com a construção do matadouro de iniciativa privada, o Frigo 10. Além de outros animais e produtos perecíveis que vão chegar pela BR-319 mais baratos, no Estado, dos que os produtos que chegam de avião”, frisou.

Remídio citou ainda que, com a liberação da estrada, o transporte de passageiros via terrestre será uma opção para quem pretende se deslocar a outros estados. Algumas empresas já ensaiam fazer o trajeto de Manaus (AM) a Porto Velho (RO). “Estive recentemente em Manaus e as empresas já se mobilizam para atender a demanda para Porto Velho, que são menos de 900 quilômetros, com passagem mais barata e sem a necessidade de as pessoas passarem cinco ou seis dias de barco ou pagarem caro por uma passagem de avião quando precisar sair do Estado. Acredito que a BR-319 vai facilitar para a população não só do Amazonas e Rondônia, mas para nós, de Roraima”, frisou.

O parlamentar lembrou ainda das pessoas que vivem à margem da rodovia, que terão melhorias como energia elétrica, telefonia e possibilidade de investir em vendas nos pontos de apoio ao longo da estrada. “A estrada vai levar progresso para as famílias que ficaram isoladas por quase 30 anos e que agora poderão ter energia, telefone, restaurantes e lanchonetes que servirão como local de parada dos ônibus”, disse.

A BR-319 é a única ligação rodoviária entre Amazonas e Rondônia com o restante do país. Concluída em 1973, foi inaugurada em 1976 e teve o tráfego interrompido em 1986. A rodovia faz parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Estado do Amazonas, incluindo serviços de restauração e pavimentação. (R.R)