Política

Estudos para instalar parque eólico vão iniciar em 90 dias

Duas torres irão medir o potencial de produção eólica nos municípios de Bonfim e Normandia para estudar a instalação de um parque eólico

O Instituto de Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação (IACT) iniciou a contratação de estudos para medição dos ventos, visando à instalação de um parque eólico no Estado de Roraima. Conforme o diretor do Instituto, Marcelo Nunes, a expectativa é que sejam instaladas duas torres de captação em até 90 dias, uma na região do Tucano, Município de Bonfim, e outra no Município de Normandia, ambos a Leste do Estado. As torres irão produzir, no período de um ano, um estudo detalhado das condições climáticas e da capacidade de produção de energia eólica nas localidades.

“A etapa que inicia a implantação de uma usina eólica é marcada pela definição da área de instalação e análise do potencial eólico nesse local. Uma vez estabelecido o local de instalação, é feita a medição dos ventos por um período, previsto em lei, de um ano. Assim, é possível estabelecer uma velocidade média anual para a geração de energia”, disse Marcelo Nunes.

Ele explicou que esse é o primeiro passo para instalação de um parque eólico no Estado. “Com esses estudos em mãos o governo poderá oferecer todas as condições necessárias para qualquer empresa que tiver intenção de investir no ramo, a exemplo dos coreanos que já manifestaram um promissor interesse”, lembrou.

Para a governadora Suely Campos (PP), a instalação de um parque eólico em Roraima é um auxílio a curto prazo para a questão energética do Estado, enquanto as obras do Linhão de Tucuruí não são concluídas. “Em pouco tempo a produção de energia eólica pode suprir e auxiliar no fornecimento de energia, evitando as quedas de energia que o estado vem sofrendo, até que se conclua a interligação ao sistema nacional por meio de Tucuruí”, ressaltou.

Numa previsão otimista, a governadora afirmou que a instalação do parque pode vir a desabilitar as termelétricas. “Nosso estado é uma fonte rica para produção de energia limpa e de fonte renovável, como a eólica e a solar. Energias que podem, no futuro, desabilitar a produção térmica, barateando a distribuição de energia”, argumentou.

De acordo Aislan Theisen, presidente da empresa Windy Tower Tecnologias, que produz as torres de captação para energia eólica, única empresa a participar do pregão presencial no Estado, Roraima tem um grande potencial a ser explorado. “Na visita de campo que realizei junto com o diretor do Iact, pude ver o enorme potencial que o estado tem para a produção da energia eólica. Claro, que precisamos dos resultados que serão obtidos com os estudos, mas acredito que teremos uma produção significativa”, ressaltou.

A empresa tem mais de 10 anos de mercado prestando serviço para empresas privadas com torres instaladas no Rio Grande do Sul, Ceará, Bahia, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Note e Santa Catarina.

Theisen afirmou que os estudos devem avaliar a velocidade e a direção do vento, além da temperatura, umidade e uma série de determinações meteorológicas necessárias para nortear futuros investidores. “São informações essenciais tanto para o fabricante da máquina, que poderá ter uma noção da quantidade de energia que poderá ser produzida, quanto para o banco que irá financiar o investimento e a aplicação deste projeto”, ressaltou.

Com a conclusão dos estudos e a instalação de um parque eólico, as torres servirão para acompanhar a capacidade de geração do parque.  “A torre é um dos pilares do parque eólico, por isso a importância de um bom estudo com equipamentos de primeira categoria, sem falhas, ao longo desse ano de medição, no final o resultado te dará uma certeza razoavelmente grande da capacidade de produção de energia do local”, afirmou.