O ex-deputado federal e empresário do transporte rodoviário Remídio Monai destacou pontos importantes para o desenvolvimento da Amazônia e de Roraima. Segundo ele, é preciso retomar os projetos iniciados, no passado, pelos militares, e integrar toda a Região Norte.
“Nós não podemos ter Estados como Roraima que não têm uma ligação com de Pará, assim como o Amapá não ter ligação, via terrestre, com o Pará, que está interligado à Amazônia, mas precariamente, por meio da Transamazônica”, explicou Monai.
Ele também ressaltou a importância do Porto de Miritituba, em Itaituba. Para ele, com estradas, a produção do Norte poderá ser levada para todo o País. Além disso, fortaleceu o argumento de que a ligação da BR-210 com Santarém é um projeto que tem que ser considerado.
“A Amazônia precisa dessas ligações para se desenvolver. As regiões Sul e Sudeste têm várias BRs, algumas duplicadas. Porque nós não podemos ter? A BR-319 ficou 30 anos isolada, já avançou depois do trabalho do DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes]. No verão, o tráfego é normal. No inverno, está prejudicado, mas eu creio que se o DNIT fizer um trabalho no restante dos pontos críticos que ficaram, a BR-319 volta a dar tráfego normal”, salientou o ex-deputado.
Monai esteve integrado à equipe do Arco-Norte, que fez um estudo sobre as estradas da Amazônia e concluiu que a BR-319 é importante para Roraima.
“Roraima precisa trazer as matrizes não só do bovino, mas do caprino e de todas as outras espécies. Com a BR-319, em vez de demorar cinco ou seis dias com os animais para chegar a Roraima, irão chegar em 24horas, o que diminui os custos e facilita o desenvolvimento do Estado. Outra dificuldade é em relação aos alimentos perecíveis, porque o frete fica caro. Se nós tivermos boas condições na BR-319, baixaria o custo do frete dos perecíveis. Eu considero a BR-319 algo mais palpável, mais fácil de ser concluída, porque ela já existe”, declarou.
Por fim, Monai disse que vê no governo Bolsonaro uma visão para o desenvolvimento da Amazônia, flexibilizando sobre o meio ambiente.
“Eu acho que esse é o momento que a classe política de Roraima e da Amazônia tem para tirar esses gargalos que nos impedem de desenvolver, como a conclusão da BR-319, a liberação da reserva indígena Waimiri-Atroari por 24horas, o Linhão de Tucuruí e a questão fundiária. Com esses novos governos estadual e federal, Roraima pode se desenvolver de uma vez por todas”, considerou. (J.B)
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