Política

Ex-governador diz que financiamentos foram transformados em benefícios

José de Anchieta Júnior acredita que os empréstimos realizados durante a sua gestão foram aplicados para melhoria da população

O ex-governador do Estado e presidente estadual do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), José de Anchieta Júnior, prestou esclarecimentos sobre as medidas que tomou durante o exercício do seu mandato, de 2007 a 2014, e defendeu os empréstimos realizados junto ao Governo Federal durante entrevista ao programa Agenda da Semana da Rádio Folha 1020 AM, no domingo, 15.

Anchieta disse que, na época, o Governo Federal ofereceu a todos os estados uma linha de crédito com taxas de juros baixas e o período de até 20 anos para o ressarcimento da quantia emprestada, através do Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste). “Nós contraímos esse empréstimo porque o Estado não tinha condições de fazer, com recursos próprios, os investimentos que nós fizemos”, disse o ex-governador.

Segundo Anchieta, foi com os recursos do Proinveste que se tornaram possíveis as obras de saneamento básico, de asfaltamento e de ações para providenciar energia elétrica a localidades mais distantes do interior do Estado.

“Hoje a cidade de Boa Vista tem 100% de água tratada e 80% de esgoto sendo promovido. Os 400 quilômetros de asfaltamento nas regiões do Paredão e Serra Grande I e II, por exemplo, nós não teríamos condições de fazer. Levar energia para onze municípios do interior, então, foi com esses recursos que nós fizemos essas obras, que foram importantes para gerar empregos, na tentativa de alavancar o desenvolvimento do Estado”, declarou José de Anchieta.

De acordo com o presidente do PSDB, a partir das obras de melhorias nessas áreas, o Estado poderia arrecadar mais recursos com impostos e produção agrícola, e assim aumentar a renda econômica de Roraima. “A partir do momento que você asfalta as vicinais e leva energia, automaticamente aqueles municípios ficarão aptos a aumentar a sua produção. A nossa conta matemática foi exatamente essa: produzir e pagar o empréstimo”, afirmou.

O mesmo caso poderia ser aplicado junto à Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), disse o ex-governador, que deu o exemplo de um morador do bairro Asa Branca, na zona Oeste da Capital, que, segundo ele, antes das obras de saneamento pagaria uma quantia mínima de R$ 10 na tarifa de água, “mas que teria que solicitar a ajuda de um profissional para desentupir a fossa na sua residência algumas vezes por ano e pagar uma quantia alta pelo serviço. Agora o mesmo morador pode pagar R$ 10 pela tarifa de água e mais R$ 8 pela de esgoto, aumenta o percentual de recursos para a Caer e melhora as condições de vida do habitante”, acrescentou Anchieta.

Sobre parte das ações terem sido realizadas em parceria com o município, como é o caso do asfaltamento de 200 quilômetros de vias em Boa Vista, o ex-governador afirmou que foi preciso trabalhar em parceria com os quinze municípios e que é necessário ultrapassar as barreiras políticas em prol da população. “É obrigação dos prefeitos, mas eu tinha consciência de que 65% da população do Estado mora em Boa Vista. Eu me sentia no direito de poder contribuir, independente de questão político-partidária”, explicou.

GESTÃO ANTERIOR – O ex-governador também contestou as constantes afirmações do atual governo de que as ações geradas durante a sua administração teriam inviabilizado a realização de investimentos pelo Estado. “Eu contesto veementemente. Eu acho que os investimentos que foram feitos são obras necessárias, o que o governo estadual precisa fazer é concluir essas obras para que elas possam gerar Receita, como é o caso das obras da Caer, da energia do interior”, disse Anchieta.

O ex-governador aproveitou para fazer um comparativo com o atual presidente interino, Michel Temer, ao questionar: “Será se o povo brasileiro vai aguentar ele (Temer) passar um ano e meio dizendo que não pode trabalhar porque a culpa é da Dilma? Já se fala que ele precisa tomar algumas decisões nos próximos 30 dias para justificar que a mudança foi boa”, finalizou. (P.C.)