Política

Ex-governadora de Roraima é denunciada por peculato

Suely Campos é acusada de desviar R$ 8 milhões referentes a oito parcelas descontadas em folha de pagamento e não repassadas à Caixa Econômica Federal

A Polícia Civil de Roraima denunciou à Justiça, nesta segunda-feira (29), a ex-governadora Suely Campos por suposto crime de peculato, após encerrar o inquérito policial no qual ela é acusada de desviar mais de R$ 8 milhões.

O montante se refere às oito parcelas descontadas em folha de pagamento e não repassadas à Caixa Econômica Federal, decorrentes de empréstimos consignados contraídos por servidores estaduais. Os desvios teriam ocorrido entre 10 de maio e 10 de dezembro de 2018.

À Folha, a defesa da ex-governadora informou que não teve acesso ao caderno apuratório e que desconhece as razões do indiciamento de Suely Campos e,, por isso, deixa de apresentar manifestação neste momento.

As investigações inicialmente eram realizadas pela Polícia Federal (PF), mas como Suely perdeu o foro privilegiado, o caso passou a ser analisado pela Justiça Comum e, consequentemente pela Polícia Civil.

“Trata-se de um Inquérito Policial instaurado para apurar a falta de repasse à Caixa Econômica Federal de valores descontados das folhas de pagamento dos servidores do Estado de Roraima, a título de empréstimo consignado, no ano de 2018”, destacou a delegada de Repressão a Crimes contra a Administração Pública, Magnólia Soares.

“Embora a justificativa dada pela então governadora na época, juntamente com os Secretários da Fazenda que ocuparam a pasta no citado período, tenha se pautado na crise financeira vivida pelo estado, com bloqueios judiciais inclusive, o fato é que o governo não poderia ter se apropriado e desviado dinheiro alheio”, acrescentou.

Magnólia Soares relatou ainda que, segundo informações da Caixa Econômica, ainda não houve a quitação total desse débito junto à instituição financeira. “Houve o desconto do dinheiro dos servidores e o não repasse a quem de direito, o que resultou em prejuízo aos servidores, uma vez que não tiveram a amortização do débito junto à instituição financeira e ficaram impedidos de realizarem novos empréstimos”, esclareceu.

Quanto à possível prestação de contas da ex-governadora no período, cabe ao TCE (Tribunal de Constas do Estado) apurar a responsabilidade.

Suely Campos governou o Estado de janeiro de 2015 a dezembro de 2018, quando deixou a gestão em meio à crise econômica generalizada que resultou na intervenção federal decretada pelo então presidente Michel Temer.