Política

Ex-presidente pede reestruturação do Conselho Estadual do Idoso

O Conselho Estadual do Idoso está desativado há seis meses. Sobre o assunto, o ex-presidente da entidade, professor Odir Lucas, esteve no programa Agenda da Semana da Rádio Folha AM 1020, durante a manhã de ontem, e, em entrevista ao jornalista Jessé Souza, pediu das autoridades estaduais que se mobilizem para uma reestruturação do conselho. “Nosso estado tem mais de 28 mil idosos que estão completamente desassistidos”, afirmou.

De acordo com o ex-presidente, a extinção do conselho ocorreu devido a perseguições políticas. “Não estou levantando a bandeira de nenhum partido ou governo, mas nossos antigos presidentes apoiaram outros candidatos nas eleições passadas e dizem que isso causou o descontentamento da governadora [Suely Campos]”, ressaltou.

Conforme o professor, o conselho, que funcionava em uma sala na Secretaria Estadual de Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), foi removido de lá no início do ano com a entrada do novo governo. “Acontece que os outros conselhos estavam estruturados e o nosso, por questões políticas, ficou totalmente desamparado devido aos desentendimentos pessoais de gestão com a administração estadual”, afirmou.

“Agora, eles nos transferiram para o novo Centro de Convivência, perto do Canarinho, mas lá nós não temos estrutura alguma, tanto física como de pessoal”, ressaltou. De acordo com o ex-presidente, o conselho é composto por 16 membros, sendo oito governamentais e oito não governamentais, e depende da nomeação de todos os conselheiros para poder funcionar. “Acontece que a governadora precisa nomear dois conselheiros e sem eles não podemos funcionar”, disse.

Devido à falta de conselheiros, Odir Lucas relatou que atualmente o conselho não tem presidente. “A assembleia que iriamos fazer agora no mês de setembro foi transferida para o próximo ano porque sem conselheiros e sem um local estruturado é impossível ser realizada a eleição para a presidência ou qualquer outro evento”, afirmou.

Outro problema relatado pelo ex-presidente foi a falta de funcionários. “Pedimos encarecidamente a contratação de duas secretárias, que possam ficar na sede do conselho e nos ajudar a fazê-lo funcionar”, frisou. De acordo com Odir Lucas, um documento já está sendo elaborado para cobrar das autoridades legais alguma posição, além de pedir ajuda para a reestruturação do órgão. “Um documento já está sendo preparado para enviar ao Ministério Público, para a OAB [Ordem dos Advogados], o Conselho Nacional dos Idosos e todos os órgãos que possam nos ajudar”, alegou.

“Nós não estamos pedindo dinheiro, nós estamos pedindo para trabalhar. Queremos o nosso conselho disponível para ajudar nossos idosos. Queremos que o governo nomeie os conselheiros governamentais e contrate as secretárias para que possamos começar a funcionar. Só isso” frisou.

Lucas destacou que durante o tempo que atuou no conselho presenciou vários tipos de agressões a idosos. “Cansei de chegar nas casas e encontrar o idoso todo roxo, agredido por algum familiar. Como esse idoso vai se proteger sem a atuação do conselho?”,questionou.

Ele relatou ainda que encontrou idosos submetidos a cárcere privado, sendo humilhados e até roubados. “A família é o principal responsável pelos maus-tratos. Vi muitas vezes o idoso sendo levado ao banco para retirar o dinheiro da aposentadoria e ser enganado. O familiar dava R$ 50 para ele e ficava com o resto. Isso é inaceitável!”, disse.   

Para encerrar, Odir Lucas pediu ajuda da sociedade e da imprensa roraimense. “Faço meu apelo a todos, à sociedade e à imprensa, que sei que tem voz para chegar a todos os lugares. Por favor, nos ajudem! Lembrem-se de que não existe na farmácia um remédio que nos impeça de envelhecer! Todos nós vamos chegar lá. E quando chegarmos, como será?”, concluiu. (J.L)