Ex-presidentes da América Latina cobram Lula por eleições na Venezuela

Os integrantes do Idea solicitam que Lula reafirme seu "inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade"

Presidente Lula foi criticado por não se posicionar de maneira incisiva sobre possíveis fraudes nas eleições venezuelanas (Foto: Divulgação)
Presidente Lula foi criticado por não se posicionar de maneira incisiva sobre possíveis fraudes nas eleições venezuelanas (Foto: Divulgação)

Membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA) enviaram carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrando posicionamento firme a respeito das eleições de Nicolás Maduro na Venezuela. O documento foi assinado por cerca de 30 ex-chefes de Estado e de governo, incluindo diversos ex-presidentes de países da América Latina.
Os integrantes do Idea solicitam que Lula reafirme seu “inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade” e cobram que o presidente classifique as eleições realizadas na Venezuela e que elegeram Maduro mais uma vez como fraude, pedindo que o Brasil cobre a apresentação das atas eleitorais pelo país.
Dentre os membros do IDEA que assinaram a carta estão Carlos Mesa, ex-presidente da Bolívia; Juan Carlos Wasmosy Monti, ex-presidente do Paraguai; Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina e Guillermo Lasso, ex-presidente do Equador. O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, membro do IDEA, não assinou a carta.
Até o momento, Lula afirmou apenas que não viu nada de “anormal” no pleito e que era preciso que Maduro apresentasse os documentos (atas eleitorais) que registram os votos computados por seção. O governo da Venezuela ainda não apresentou os dados.

Cobranças
As cobranças de um posicionamento mais firme de Lula sobre as eleições na Venezuela dividem opiniões inclusive entre seus apoiadores e aliados. A Executiva do PT emitiu nota reconhecendo a eleição de Maduro, no entanto, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, declarou que não houve idoneidade no processo eleitoral. A Ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, avaliou a eleição como um processo antidemocrático.