A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Roraima (Adepol) realizou uma análise dos últimos acontecimentos na instituição e, embora se diga que há uma situação de crise instalada, a avaliação é que os servidores continuam focando na manutenção dos trabalhos de atendimento à população.
Em entrevista ao programa Agenda da Semana neste domingo, 09, na Rádio Folha 100.3 FM, o presidente da Adepol-RR, delegado Cristiano Camapum, assentiu que a população pode se tranquilizar frente ao clima aparente de discussão entre as categorias.
“Nada mudou nas unidades policiais. O trabalho continuou sendo desenvolvido. O serviço policial não para. Não tem essa ideia de parar de atender. O policial tem a obrigação de trabalhar e o delegado tem que fiscalizar. É da nossa função”, afirmou.
Camapum defendeu ainda que a possibilidade de denúncia dos servidores que não estão cumprindo a sua jornada de trabalho não se trata de perseguição aos agentes, mas de adoção de medidas administrativas para que o trabalho nunca pare.
“Tem gente que pode atender mal um popular por causa disso, pode acontecer. Mas a população tem que denunciar. Ninguém deve ser maltratado dentro de uma delegacia. Nada justifica um servidor tratar mal a população, não cumprir seu dever. Achamos que esse problema é político e não há motivo para continuar os ataques aos delegados. A lei já passou, já foi aprovada e sancionada”, disse.
REAJUSTE – O presidente da Adepol frisa ainda que não houve aumento para os delegados e sim um reenquadramento do subsídio dos profissionais, pois, segundo ele, o valor do pagamento já era concedido antes da sanção da Lei Complementar nº 287/2020.
Segundo Camapum, as verbas adicionais pagas aos agentes, por plantão e auxílios, foram incorporados nos salários dos profissionais. “Nós apenas mudamos a forma de receber. Ao invés de receber o subsídio agregado a vários valores que o delegado faz jus, se concentra tudo em um subsídio. Isso é uma exigência que a lei já traz, que os delegados recebem por subsídio. Nós estamos apenas cumprindo a legislação. Por isso que para nós delegados não importa o tempo de vigência. Não há reflexo financeiro”, completou.
Sobre a necessidade de reajuste, o sindicalista defendeu que a carreira dos delegados é próxima à ação do defensor, procurador e promotor de justiça. E que, em outros estados, as carreiras têm seus subsídios equiparados.
“Nosso pleito foi sempre de conseguir o respeito e o direito das carreiras jurídicas, por isso precisava ser alterado. Todas essas carreiras têm salários iguais ou maiores dos que os nossos, mas já são em subsídio”, completou.
OUTRAS DEMANDAS – Sobre as demandas dos demais profissionais da Polícia Civil, o presidente da Adepol defendeu que os delegados não são contrários ao avanço de qualquer carreira da instituição.
“Pelo contrário, trabalhamos sempre para efetivar as promoções dos demais cargos. A promoção dos policiais passa por atos administrativos de delegados. Fazemos avaliação, damos nota, garantimos exame médico. Mas, a decisão final é do governador. Tanto dos anteriores quanto do atual. Nessa parte que falta uma habilidade das entidades em saber conversar. Esse sistema de ofensa, partindo para crime de divulgação de áudio sem autorização, nós lamentamos”, concluiu (P.C.)