CÂMARA DE BOA VISTA

Genilson diz que não imaginava disputar presidência na época de mensagem que o implicaria

Em discurso, Genilson Costa prometeu provar sua inocência, reiterou que sua atuação política é antidrogas e que é vítima de perseguição

O presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, vereador Genilson Costa, em discurso na tribuna (Foto: Reynesson Damasceno/CMBV)
O presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, vereador Genilson Costa, em discurso na tribuna (Foto: Reynesson Damasceno/CMBV)

O vereador Genilson Costa (Solidariedade) usou a tribuna nesta terça-feira (19) para dizer que não há provas na denúncia do Ministério Público de Roraima (MPRR) que aponta sua suposta relação com o tráfico de drogas para conseguir se eleger presidente da Câmara Municipal de Boa Vista. Ele prometeu provar sua inocência, reiterou que sua atuação política é antidrogas e que é vítima de perseguição.

O parlamentar que lidera a oposição ao prefeito Arthur Henrique (MDB) afirmou que não imaginava disputar a mesa diretora na data da mensagem “de terceiros” enviada em 6 de dezembro de 2020 que aponta possível repasse de R$ 1,5 milhão do esquema para “brigar pela mesa”, conforme aponta o MP. “Sequer fiz parte dessa conversa. Não participei da conversa e não tinha conhecimento dessa suposta intenção de terceiros”, disse ele, que se considera tranquilo com o curso das investigações.

“Essa acusação é muito séria e envolve não só a minha pessoa, mas também, todos os parlamentares dessa Casa Legislativa”, disse Costa, eleito por 12 dos 23 vereadores para o cargo. “Me causa estranheza o processo que corria em segredo de justiça ter-se tornado público, após a denúncia. Acredito que seja para prejudicar a minha imagem política”.

Costa também negou que seu gabinete é usado para negociações de venda de entorpecentes. “O gabinete de qualquer parlamentar é público e do povo. Recebemos no nosso dia a dia centenas de demandas da população. São inúmeras pessoas que passam por nossos gabinetes e eventualmente algum dos acusados tenha visitado a Câmara Municipal de Boa Vista, mas, entretanto, jamais utilizamos nosso gabinete para fins ilícitos”, diz.

Genilson Costa também usou o discurso para defender conquistas de sua gestão, incluindo a aprovação “em tempo recorde” dos Planos de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR’s) dos servidores municipais e a valorização dos funcionários da Câmara, e que a atual legislatura é transparente. “Irei até o fim para provar a minha inocência, e digo a todos: não vou me acovardar, o trabalho vai continuar”, declarou.

Após o discurso, o presidente da Câmara foi aplaudido no plenário e recebeu apoio de colegas da oposição – Inspetor Mangabeira (Rede), Ítalo Otávio (Republicanos), Manoel Neves (Republicanos), Melquisedek Menezes (União Brasil) e Sandro Baré (Republicanos) – e da situação, Dr. Ilderson (PTB), Júlio Medeiros (PV) e Ruan Kennoby (PV).

“[O Ministério Público] está fazendo o trabalho dele de indiciar, mas indícios não são materialidades, indícios não querem dizer que há contestação comprovada de algo. Porque se tivesse comprovado algo, algo concreto e palpável, o senhor não estaria fazendo esse discurso aqui agora”, disse Otávio.