O governador Antonio Denarium (Progressistas) e a bancada federal de Roraima discutiram nesta quarta-feira (10), na Câmara dos Deputados, os embargos promovidos pelo Ibama para que possa se propor o estabelecimento de encaminhamentos e providências de forma conjunta e sincronizada.
O presidente da autarquia, Rodrigo Agostinho, destacou que o órgão irá cumprir a legislação, mas garantiu o caminho do diálogo e direito à ampla defesa para as pessoas que tenham sido acionadas pelo instituto.
“Não podemos deixar de cumprir a legislação vigente, foram mais de dois milhões de hectares desmatados nos últimos dois anos e devemos dar uma resposta a sociedade e ao mundo. O Ibama dará o direito a todos de se defenderem em caso de embargos, mas devemos desenvolver projetos nessa área na câmara dos deputados”, destacou.
Na reunião, Denarium destacou a evolução do Estado nos últimos quatro anos, mas respeitando o meio ambiente, a vocação natural do Estado de produção de alimentos e que vem crescendo a área plantada e a sua produtividade, representando a última fronteira agrícola do Brasil.
“Destaco que sou afeito ao cumprimento de todas as legislações ambientais e demais leis que regem as propriedades públicas e privadas, mas temos que respeitar o direto a propriedade não permitindo invasões de nenhuma espécie, seja em áreas indígenas ou não para que se mantenha a paz e o respeito mútuo”, afirmou.
O deputado Lúcio Mosquini, que mediou a reunião, destacou a importância de abrir canais de diálogo não somente com o Ibama, mas com todos os agentes públicos envolvidos no controle e fiscalização do meio ambiente. “A produção do Brasil tem que ser intensificada e deve obedecer a legislação, mas não podemos penalizar quem alimenta o Brasil e o mundo por conta de uma fiscalização que não abre canais de diálogo com os produtores”, disse.
O líder da bancada federal, senador Dr. Hiran (Progressistas), ressaltou a importância de olhar para Roraima com um olhar mais carinhoso e cuidadoso em relação ao tema e que o Ibama tem que ser parceiro e não um órgão repressor somente.
“É lamentável com tantos problemas vividos por Roraima nesses 4 meses de 2023, que o Estado seja penalizado por uma visão equivocada. Em Roraima, existem pessoas produzindo alimentos, gerando emprego e renda mesmo com a maior crise migratória do Brasil, uma crise indígena com vários ruídos que colocam Roraima como um Estado que não recebe bem os migrantes e anti indígena, e a verdade não é essa. Roraima é o Estado mais acolhedor do Brasil e respeita as comunidades indígenas com investimentos vultuosos para dar oportunidade também aos indígenas”, declarou.
Está prevista uma nova reunião no dia 30 de maio com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para tratar de propostas acolhidas na reunião.