Política

Governador fala sobre dia do servidor público sem anunciar reajuste

Funcionários ficaram à espera de anúncio de melhoria salarial, mas Antonio Denarium reforçou necessidade de regularização das contas 

No dia do Servidor Público, muitos trabalhadores do Governo do Estado aguardavam por boas notícias no feriado, como o anúncio do pagamento do reajuste salarial cobrado pelas lideranças sindicais. Porém, a avaliação é de poucos benefícios aos funcionários do Poder Executivo.

Em entrevista ao programa Quem é Quem na Rádio Folha 100.3 FM na segunda, 28, o governador Antonio Denarium (PSL) prestou alguns esclarecimentos sobre a situação do Estado nos últimos dez meses de gestão, falando sobre a necessidade de regularização das contas públicas.

Entre os débitos citados pelo governador estão o valor atualizado da dívida com o Instituto de Previdência de Roraima (Iper), no valor de R$ 567 milhões; cerca de R$ 700 milhões de dívidas de energia elétrica; e de parcelas empréstimos tomados nas gestões anteriores, que somam R$ 1,8 bilhão. Ao todo, conforme Denarium, são aproximadamente R$ 8 bilhões de dívida total do Estado. 

“Para todos os servidores, eu gostaria de pedir que tenham a certeza de que vocês têm um governador honesto que está trabalhando pelo Estado de Roraima. Estamos organizando as contas”, reafirmou o governador. “No ano passado foi pago R$ 248 milhões de empréstimo, sendo que desse valor R$ 140 milhões foram só de juros. E nós, até hoje, não tomamos um centavo de dinheiro emprestado de ninguém”, complementou.

Com relação ao atraso do pagamento de servidores terceirizados que prestam serviço à saúde, o governador informou que o Poder Executivo tem dinheiro na conta para pagar aos funcionários, do mês de agosto e setembro, mas alguns empecilhos impediram a regularização em dia.

“Houve problemas de emissão de notas fiscais, prestação de contas sobre o material de limpeza, prestação de contas sobre o vale-transporte das empresas terceirizadas. Isso tem atrasado o pagamento das terceirizadas, mas não é culpa do Governo. Ainda temos contas das terceirizadas do ano passado, mas desse ano estamos rigorosamente em dia. Quem não recebeu de agosto e setembro, está sendo analisada a prestação de contas para que seja feito o pagamento, mas o dinheiro está na conta”, concluiu.

EMENDAS – Além da necessidade de regularização das contas públicas, o governador também citou a aplicação de recursos e desbloqueio de emendas dos parlamentares federais do Estado, entre senadores e deputados, nas áreas da saúde, educação, infraestrutura e segurança pública.

Segundo Denarium, além de melhorar o atendimento para a população, o objetivo também é melhorar a qualidade de vida dos servidores, dando para eles um ambiente melhor para o trabalho. 

“Dos 23 mil servidores do Governo, nós já fizemos o atendimento de mais de 10 mil pelo programa Cuidando do Servidor e temos a responsabilidade do pagamento rigorosamente em dia. Eu sei que não é nada mais que a obrigação, mas nas gestões anteriores não pagavam. Sei também que é um direito do cidadão ter saúde, educação, estrada e nós estamos trabalhando para tornar esse ambiente favorável e que o benefício possa chegar para toda população”, completou o governador.

Denarium volta a falar dos projetos não aprovados pelo Legislativo

Ao fazer uma avaliação dos 10 meses de gestão, Denarium afirmou que há uma dificuldade para atuar na esfera do poder público por conta de muitas pessoas que querem atrapalhar e desconstruir o trabalho sendo realizado.

O governador também voltou a afirmar novamente que recebeu um pedido de abertura de crédito extraordinário no valor de R$ 2,2 milhões para o Poder Legislativo.

“Nós não atendemos esse pedido porque nós não temos dinheiro para conceder para a Assembleia. Por isso que está esse entrave. Temos 15 projetos de lei, hoje, que não são colocados na pauta porque tem muita pressão e nós não estamos atendendo”, afirmou.

O governador voltou a citar que não tem inimigos políticos, mas reprovou aqueles fazem críticas ao Poder Executivo. “Eu não tenho inimigo político, fique bem claro. Não tenho inimizade. Mas muitos que estão no cargo há muitos anos, ou saíram do mandato, agora ficam falando mal do Governo. E ficaram 20, 30 anos e não fizeram nada. Então seria muito melhor ao invés de ficar criticando lá fora, que venham para dentro do Governo nos ajudar a resolver os problemas”, disse.

O governador afirmou ainda que muitas vezes é “criticado injustamente”, mas que isso não atrapalha o seu esforço e determinação em aplicar corretamente o dinheiro público e “ser honesto acima de tudo”. 

“Vou chegar no final do meu mandato sem algema, sem tornozeleira e livre. Eu não vou estar na cadeia porque eu não preciso roubar dinheiro público”, acrescentou. “O que eu quero fazer é um mandato sério, honesto, um estado melhor, e que todos os servidores possam ser valorizados e que todo servidor possa falar no final do meu mandato que participou da mudança”, finalizou. (P.C.)