Política

Governadora corta salário dela, do vice e dos secretários em 20%

Conforme Suely Campos, medida representará uma economia de R$ 2,1 milhões durante os seis meses em que estará em vigor

Além de anunciar medidas de contenção de despesas da máquina pública, a governadora Suely Campos (PP) anunciou medidas que mexem nos bolsos dela, do vice-governador Paulo César Quartiero (DEM), dos secretários e secretários adjuntos e gestores das estatais. Ela assinou ontem a mensagem governamental que encaminha à Assembleia Legislativa projeto de lei que trata da redução temporária dos salários dos detentores destes cargos.

De acordo com Suely, se aprovada pelos deputados estaduais, a medida que reduzirá em 20% os salários representará uma economia de R$ 2,1 milhões durante os seis meses em que estará em vigor, o equivalente a R$350 mil por mês. Questionada sobre o porquê da demora em reduzir os salários do primeiro e segundo escalão do governo, Suely respondeu que só agora a medida foi definida, assim como em outros estados.

Se aprovada a redução, o salário de Suely Campos passará de R$ 30.900,00 para R$ 24.720,00. O de Paulo César Quartiero passará de R$ 27.780,00 para R$ 22.224,00. Já os subsídios dos secretários reduzirão de R$ 23.175,00 para R$ 18.540,00 e dos adjuntos, de R$ 16.222,00 para R$ 12.977,00. Os números – disponíveis do Portal da Transparência do Governo do Estado (http://www.transparencia.rr.gov.br/) – correspondem ao valor bruto, que desconsidera descontos do Imposto de Renda e INSS.

Segundo o secretário de Administração, Frederico Linhares, a decisão precisa passar pelo crivo dos deputados estaduais porque o subsídio é fixado pela Assembleia Legislativa. “A chefe do Executivo não tem poderes para, por decreto, fazer esse tipo de redução. Mas acreditamos que a Assembleia não terá problemas em aprovar isso, que já deverá ser aplicado em fevereiro”, comentou.

Na mensagem governamental, Suely justifica a redução do próprio salário alegando que é notória a crise econômica a qual estão inseridos o País e o Estado de Roraima. “Verifica-se a necessidade de adoção de medidas urgentes em diversos âmbitos, não podendo o Poder Executivo Estadual descuidar da responsabilidade que lhe cabe na contenção de gastos para o atendimento de seu plano de governo, visando à efetivação de ações para o desenvolvimento do Estado”, cita.

Quanto ao período de vigência da redução, explica que a previsão de melhoria econômica no segundo semestre de 2016 leva o Governo do Estado a acreditar que “tal medida enérgica” merece ser adotada temporariamente apenas pelo período de seis meses. O projeto de lei segue para a Assembleia Legislativa, para deliberação dos deputados estaduais. (V.V)