Política

Governo deixou de perder R$ 100 milhões ao pagar contrapartidas

Uma das obras que seria prejudicada é a de asfaltamento da BR-210; R$ 10 milhões em contrapartida foram pagos

“Deixamos de perder R$ 100 milhões em convênios com o Governo Federal apenas honrando o pagamento das contrapartidas no valor de R$ 10 milhões”, assegurou a governadora Suely Campos (PP) em entrevista exclusiva à Folha sobre os seus 100 dias à frente do Executivo estadual. Uma das obras que seria prejudicada é a do asfaltamento da BR-210.
Segundo a governadora, ela encontrou o Estado cheio de dívidas com fornecedores, dívidas de água, de energia, de telefone. “Estava tudo cortado. Nesses 100 dias, já pagamos R$ 35 milhões de encargos sociais, regularizamos o pagamento dos servidores. Mas para isso tivemos que decretar a moratória, conter gastos”, comentou. “Este ano, vamos arrumar a casa para que, no ano que vem, nós possamos começar a fazer grandes investimentos”, acrescentou.
SETOR MADEIREIRO – Os madeireiros, em especial os do sul do Estado, vivenciavam uma crise no setor pela falta de emissão de licença para a reposição ambiental, que começou a ser solucionada. “A Fundação de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) teve uma reunião com a FIT Manejo Florestal, empresa responsável por esse reflorestamento, e em 100 dias conseguimos regularizar essa situação”, afirmou a governadora.
Até 10 de abril, 99 mil metros cúbicos de floresta haviam sido liberados para a reposição, enquanto que durante todo o ano passado foram repostos 85 mil metros cúbicos. “Isso é resultado do esforço dos técnicos da Femarh em benefício de um setor que gera empregos e que estava enfrentando dificuldades”, comentou.
PRODUÇÃO – De acordo com a governadora, o objetivo do Governo do Estado, para os próximos dois ou três anos, é auxiliar no plantio e colheita de 100 mil hectares de soja e 50 mil hectares de milho. “Já iniciamos esse projeto, da Soja Familiar, no PA Nova Amazônia em parceria com a Embrapa, Incra e GranTerra. A empresa prepara a terra e financia os insumos, o Governo do Estado auxilia fornecendo o calcário e os tratores e os produtores pagam com a soja”, explicou.
Ainda segundo a governadora, este é um projeto piloto que deverá atrair a atenção de outros produtores a partir da primeira colheita em setembro deste ano. “Outros produtores vão querer participar. Estamos visando grandes produtores de outros estados, como os de Santa Catarina, que nos visitaram na semana passada. Eles têm capacidade para investir no Estado enquanto nós oferecemos terras a preços baixos”, comentou.
PROMOÇÃO HUMANA – O programa Rede Cidadania atenderá a vários segmentos da sociedade, em principal os jovens, os idosos, as pessoas especiais, as mulheres, além das áreas sociais, de segurança alimentar, emprego e renda, habitação e esporte. “Estamos atendendo quase 30 mil pessoas nessas áreas. Queremos promover a capacitação dessas pessoas, dar-lhes as condições necessárias e estimulá-las, fazendo com que essas famílias possam se sustentar e sair do assistencialismo puro”, disse.
O Bem-Morar, programa do governo Neudo Campos, deverá ser reeditado e reestruturará residências das famílias beneficiadas. “Também temos a intenção de adaptar as casas das pessoas com deficiência, atendidas pelo Rede Cidadania”, explicou Suely.
Para as mulheres, foi criada uma Coordenadoria de Políticas Públicas para a Mulher, dentro da estrutura da Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes). “Nós nos preocupamos com as mulheres que são arrimo de família, vitimizada. Queremos capacitá-las. E no próximo ano, queremos criar a Secretaria de Políticas Públicas para a Mulheres”, garantiu.
SAÚDE – Suely Campos citou outros avanços na saúde, como o conserto do aparelho de mamografia do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN). “Com o aparelho quebrado, mais de 2 mil mulheres estavam na fila de espera pelo exame. O aparelho já foi consertado e mais da metade da fila de espera já foi atendida”, comemorou.
Nesta semana, as cirurgias eletivas da maternidade, suspensas desde o ano passado, devem voltar a ser realizadas, a exemplo das cirurgias eletivas do Hospital Geral de Roraima (HGR), que já estão normalizadas. (V.V)