Política

Governo deve mudar líder após recusa da executiva do PSL

Nome de um integrante do PC do B não teria sido aceito pela Executiva Nacional do PSL e um novo deputado deve ser indicado para liderança

O governador Antônio Denarium (PSL) confirmou para a Folha de Boa Vista que estuda entre os deputados da base aliada um novo nome para ser indicado para assumir a liderança do governo estadual na Assembleia Legislativa. “Estamos trabalhando para ver quem será o novo líder do governo e temos diversos deputados que estão na nossa base. Vamos escolher entre dez parlamentares, pois todos podem ser líderes do governo. Estamos na expectativa de nos próximos dias anunciar o nome”, disse.

Esta é a segunda vez em menos de três meses que Denarium troca a liderança na Casa Legislativa. No último dia 22 de março, o governo enviou ofício para a Assembleia Legislativa indicando o deputado estadual Soldado Sampaio (PC do B) como novo líder em substituição ao deputado estadual Coronel Chagas (PRTB) que deixou a liderança alegando questões pessoais.

O ofício não chegou a ser lido em plenário, mas o governo já havia disponibilizado sala e estrutura de pessoal para a nova liderança.

No dia 26 de março, Sampaio, em discurso durante a sessão ordinária, confirmou que havia aceitado o convite do governador para ser líder, por entender que os interesses de Roraima devem estar acima de ideologia partidária. 

“De fato, ideológica e partidariamente, é uma contradição, e não dá para tapar o sol com a peneira, mas pensando no bem-estar de Roraima é que aceitei assumir a liderança do governo”, justificou Sampaio na época.

A Folha procurou o parlamentar que afirmou ainda não ter conversado sobre o assunto com o governo. Ele não quis se pronunciar oficialmente sobre o assunto. 

Fontes da Folha na Assembleia Legislativa confirmaram que a mudança ocorreu por conta de uma negativa da executiva nacional do PSL que não aceitou o nome do soldado Sampaio por ele pertencer a um partido comunista. 

“A nacional não o quis como líder e não aceitou por acreditar que a diferença ideológica não permite uma ligação entre os dois partidos. Essa regra estaria valendo para todo o País e não apenas para Roraima. A coligação entre os partidos não foi permitida”, informou um deputado estadual que não quis ser identificado. 

LIDERANÇA NÃO É IMPOSIÇÃO LEGAL – Não há uma imposição legal para que o governador escolha quem será o elo entre o Executivo e o Legislativo durante sua gestão. Muito menos um prazo para que isso aconteça. Basta que chame um deputado e o aponte como seu representante na Casa. Como um gesto de atenção e respeito ao Legislativo, o governador envia um ofício formalizando essa indicação. O desafio para aquele que se dispõe a assumir o posto requer desenvoltura e muita articulação.