Política

Governo discute com Bolsonaro crise na fronteira

Segundo Presidência da República, serão garantidos alimentos e combustível ao Estado em um ‘eventual processo de desabastecimento’

Uma videoconferência reuniu na tarde dessa sexta-feira, 22, o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para discutir a crise na fronteira. Também participaram o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e representantes dos ministérios da Defesa, Relações Exteriores, Infraestrutura, e Minas e Energia.

Os militares da Operação Acolhida, que atuam na logística da Força-Tarefa de Ajuda Humanitária em Roraima e oficiais do Exército Brasileiro, além da cúpula de Segurança e de Saúde do Estado também participaram da videoconferência.

O governo federal nega que o Brasil vá atravessar a fronteira fechada por Maduro e tenta organizar de que forma será feita a operação para levar ajuda humanitária ao país vizinho. Neste sábado, 23, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, estará em Roraima para acompanhar a entrega de itens da ajuda humanitária aos venezuelanos.

Segundo o porta-voz da Presidência da República, general Rêgo Barros, será garantido o abastecimento de alimentos e combustível ao Estado em um “eventual processo de desabastecimento”.

No caso de Roraima, a energia elétrica vem do país vizinho. Em Pacaraima, por exemplo, a população costuma comprar combustível na cidade venezuelana de Santa Elena. Com a fronteira fechada, os brasileiros podem ter dificuldades no dia a dia.

“Temos previsão de complementar por meio de comboios o abastecimento de óleo diesel [na usina termelétrica da região] e dar a operação por normalizada. Estamos antevendo desafios para não deixar que o povo de Roraima venha a sofrer com a situação”, disse.

Conforme explicou Antonio Denarium após a videoconferência que foi fechada para a imprensa, Roraima não tem nenhum interesse em participar de conflito internacional, mas vai apoiar o governo brasileiro no que puder para ajudar os venezuelanos.

“Nós, aqui em Roraima, estamos acolhendo todos os venezuelanos que entram no Estado como refugiados. Tanto que, para dar suporte, foram implantados 13 abrigos em Roraima, que acolhem mais de seis mil venezuelanos, que recebem vacinas, medicamentos, alimentação e vestuário por meio da Operação Acolhida. Vamos ajudar no que for possível”, destacou o governador.

SUPRIMENTOS- O general Carlos Teixeira, coordenador da Força-Tarefa de Ajuda Humanitária, explicou que os suprimentos da operação estão chegando a Boa Vista e sendo armazenados na Ala 7 da Base Aérea, aguardando os caminhões e motoristas venezuelanos chegarem, para seguir para Venezuela.

“Vamos aguardar a abertura da fronteira, visto que apenas um caminhão se encontra em Boa Vista e temos cerca de 200 toneladas de medicamentos e insumos, vindos de Brasília, para serem enviados à Venezuela”, disse o general. Para escoltar o comboio com suprimentos até a fronteira, a ação vai contar com apoio da Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar de Roraima.