O deputado federal e presidente regional do Partido da República, Édio Vieira Lopes, em entrevista ao economista Getúlio Cruz, no programa Agenda da Semana da Rádio Folha FM 100.3, disse que a construção da Usina Hidrelétrica de Bem-Querer pode se tornar realidade ainda este ano.
“Pedi informações por meio da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e, diante das informações recebidas, passei a ser um entusiasta do projeto Bem-Querer. A hidrelétrica terá uma capacidade geradora de 622 megawatts de energia, mais do que o dobro de Balbina, por exemplo, com área alagada bastante reduzida”, afirmou.
O parlamentar explicou que segundo o projeto, o lago que se formará com a represa da hidrelétrica irá inundar 65 quilômetros quadrados em Caracaraí, 33 em Mucajaí, 24 em Boa Vista, 74 em Iracema e 134 quilômetros quadrados do Cantá.
“Portanto, é um alagamento bem menor do que em Balbina, que é cinco vezes a área que vamos alagar, sendo que vamos gerar o dobro de energia. Todos esses estudos estão finalizados e em ponto de se fazer a licitação para a obra”, garantiu.
Para Édio Lopes, o governo federal vem tendo um olhar diferenciado com Roraima.
“Sinto que há uma vontade política do atual governo, de fazer o devido enfrentamento de questões que se arrastam em nosso Estado. O presidente da República determinou que Bem-Querer entrasse na pauta de licitações ainda em 2019, dentro da possibilidade de se fazer uma PPP [parceria público-privada] ou de se licitar via Aneel o aproveitamento dela. Estou muito otimista”, disse.
O parlamentar afirmou anda que tem uma grande preocupação com trânsito de peixes e piracema e foi informado que haverá um corredor para eles pularem e terem acesso no período de reprodução, além da previsão de uma eclusa que permitirá a navegabilidade do Rio Branco durante todo o ano.
“Hoje em dia, quem quiser ir a Santa Maria do Boiaçu em março, só consegue de voadeira com piloto muito experiente. Com a criação do lago, nós teríamos a perenização da navegabilidade de embarcações médias em todo o curso do Rio Branco.”
LINHÃO DE TUCURUÍ – Ainda sobre o governo federal, o deputado por Roraima afirmou que o ímpeto inicial de que o Linhão de Tucuruí iria sair de forma rápida já foi reduzido e o governo Bolsonaro está consciente de que há empecilhos jurídicos a serem ultrapassados e vencidos.
“Eu disse para Bolsonaro na reunião com a bancada, assim como falei pra Dilma, e por duas vezes pro Michel Temer, que, enquanto o governo não regularizar e normatizar o que é a consulta pública que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) nos impõe com um marco disciplinador, nada vai acontecer. Bolsonaro disse que apesar de decretar a obra como prioridade nacional, ele não era dono do Brasil, era apenas o presidente. Isso significa que ele já colocou os pés no chão. Acredito que não tenha chance de as obras do linhão se iniciarem em junho e acho que os Waimiri chegarão a um entendimento com o governo, pois não se pode fazer o linhão na marra porque teríamos um imbróglio com repercussão internacional”, avaliou.