A forte estiagem e as queimadas e incêndios que atingem treze dos 15 municípios do Estado fizeram com que o Governo de Roraima decretasse estado de emergência e protocolasse documento pedindo reconhecimento da situação na Defesa Civil Nacional. Junto ao documento, foi anexado um conjunto de ações que já estão sendo feitas para tentar controlar a situação e um pedido de R$ 46 milhões, de acordo com orçamento previsto para os gastos com equipamentos, logística e ações desenvolvidas.
A informação foi do deputado Remídio da Amatur (PR) em entrevista ao programa Linha Direta com os Municípios, na tarde de sábado, 6, pela Rádio Folha AM 1020. Ele afirmou que para conseguir o montante do recurso solicitado pelo Governo do Estado é necessário que a Defesa Civil Nacional reconheça o estado de emergência decretado pelo Governo de Roraima e a União possa disponibilizar o dinheiro para as ações de combate às queimadas e à longa estiagem.
“Ao chegarmos a Brasília, ficamos sabendo que o Governo do Estado havia enviado esse documento para a Defesa Civil Nacional, e fui, juntamente com os colegas deputados Hirán Gonçalves (PMB), Maria Helena Veronese (PSB) e Carlos Andrade (PHS), ao Ministério da Integração Nacional e Defesa Civil reforçar esse pedido para que houvesse o reconhecimento do estado de emergência o mais breve possível para que o recurso seja liberado com mais brevidade”, disse.
Segundo o deputado, os recursos financeiros serão destinados prioritariamente ao combate aos incêndios, escavação de cacimbas para disponibilizar água para a população e aos animais, transportes e logística das ações, transporte de água através de carros-pipa, dentre outras ações imediatas.
“Com esse recurso, o Governo vai trabalhar no combate aos incêndios, no socorro e assistência à população e a reabilitação do cenário de catástrofe que se encontra hoje boa parte do Estado”, disse. “São pessoas que perderam quase tudo, que perderam a plantação de banana, de mandioca, de abacaxi, que a cerca queimou e o gado fugiu e que estão sem água para beber. É para ajudar pessoas que perderam sua subsistência e estão aguardando alguma medida emergencial do governo, já que não têm condição de fazer as cercas ou de cavar suas cacimbas”, disse. “Como estas pessoas perderam tudo, é necessária uma ação imediata com distribuição de cestas básicas. E isso já está sendo providenciado pelo Governo do Estado junto à União, que já disponibilizou seis mil cestas do Amazonas, que já devem estar sendo distribuídas esta semana. Até porque, a fome não tem como esperar pelo decreto de emergência”, frisou.
Para o deputado, não será fácil conseguir esse recurso do Governo Federal. Ele ressaltou a importância da união da bancada para fazer uma mobilização junto ao Governo. “Temos que ter a bancada federal unida mais do que nunca para conseguirmos esses recursos o mais breve possível”, disse. “E acredito que se estivermos unidos, assim como fizemos para barrar o aumento da tarifa de energia, vamos conseguir novamente e isso será uma vitória para Roraima e para as pessoas que estão precisando agora”, frisou. (R.R)
Sobrevoo mostra difícil realidade, diz deputado
Um sobrevoo de helicóptero feito na manhã de sábado, 6, em algumas áreas afetadas pelas queimadas que atingem Roraima fez os deputados federais Carlos Andrade e Maria Helena Veronese terem uma dimensão da situação em que se encontra o Estado. O secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Oleno Matos, e o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Edvaldo Amaral, acompanharam os deputados no sobrevoo pelas regiões de Roxinho, Campos Novos e Apiaú, nos municípios de Alto Alegre, Mucajaí e Iracema.
Em entrevista ao programa Linha Direta com os Municípios, na tarde de sábado, pela Rádio Folha AM 1020, o deputado Carlos Andrade disse que a situação é muito difícil. “As serras estão queimando, vimos muitas pontes queimadas e destruídas e postes de energia elétrica destruídos e que deixam os agricultores isolados. É uma situação muito difícil e que requer a união de toda a classe política para fazer frente a autoridades em Brasília e tentar amenizar a situação o quanto antes”, disse.
Ele ressaltou que esse sobrevoo nas áreas atingidas pelo fogo faz parte de uma série de ações que a bancada federal está fazendo para acompanhar e colaborar com as autoridades estaduais, com pedidos em Brasília.
“Esta semana que passou já estivemos nos ministérios do Meio Ambiente, Integração Nacional e Defesa Civil e no Desenvolvimento Social buscando apoio para combater o fogo que está se alastrando, como também encontrar soluções emergenciais para tentar amenizar o sofrimento das pessoas que estão sem água e sem comida”, disse.
Para ele, conhecer a real situação das queimadas através do sobrevoo nas áreas atingidas vai servir para ter mais argumentos quando da visita dos ministros do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, e da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que estarão em Roraima na próxima segunda-feira, dia 15. (Veja mais na página 4A)
“Com a vinda dos ministros, eles poderão ver de perto como está a real situação do Estado e assim viabilizar mais rapidamente a ajuda que precisamos para combater os incêndios e principalmente ajudar as pessoas que estão sem água potável e alimentação e ao Governo do Estado a reconstruir as pontes e as linhas de transmissão de energia que foram destruídas pelo fogo”, disse.
Ele ressaltou que durante a visita aos ministérios do Meio Ambiente, Integração Nacional e Defesa Civil e no Desenvolvimento Social buscou apoio de doação de 20 mil cestas básicas, atendendo a pedido da Defesa Civil do Estado e dar agilidade ao pedido de reconhecimento do decreto de emergência feito pelo Governo do Estado.
“Seis mil cestas básicas já estão disponíveis na Defesa Civil do Amazonas. Basta definir a logística de transporte e pegar o material para distribuir para as famílias mais necessitadas”, disse. “Quanto ao reconhecimento do pedido de decreto de emergência, estamos acompanhando esse processo para que aconteça o mais rapidamente possível e que possamos dar uma resposta rápida à população que precisa e estamos trabalhando unidos para ter essa resposta rápida dos ministérios”, frisou. (R.R)