Política

Governos estadual e federal formam grupo para enfrentar crise yanomami

Encontro contou com a presença do governador Antonio Denarium, do senador Hiran Gonçalves e ministros do Governo Lula

A construção de um plano de ação para enfrentamento à crise sanitária das populações em território Yanomami foi o tema de uma reunião entre o governador Antonio Denarium (Progressistas), os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (chefia da Secretaria de Relações Institucionais) e o secretário-executivo de Relações Institucionais do Governo Lula, Olavo Noleto.

No encontro realizado na noite de quinta-feira (2), em Brasília, foi formado um grupo de alinhamento entre os governos estadual e federal para buscar, em conjunto, uma atuação com as prefeituras na construção de uma solução compartilhada, com planejamento a curto, médio e longo prazo.

“Acreditamos que o Governo do Estado de Roraima sempre ofertou o melhor acesso às políticas públicas sob sua responsabilidade às populações indígenas. Plantamos em parceria com as comunidades indígenas mais de 2,4 mil hectares de milho e feijão, garantindo a segurança alimentar de 154 comunidades e mais de 1,8 mil famílias. No Cesta da Família, entregamos alimentos para 11 mil famílias indígenas. Foram mais de 27 mil atendimentos nas unidades de saúde somente para a população indígena”, explicou Denarium.

O governador também citou que na educação das 363 escolas estaduais, 260 se encontram em comunidades indígenas, atendendo 17 mil alunos indígenas, dos quais 1.740 são yanomami. “São 33 escolas dentro do território, sendo 21 em funcionamento pleno, com a entrega regular de merenda escolar e kits de material escolar. Ademais, fomos o primeiro estado brasileiro a realizar concurso público para a contratação de 1 mil professores indígenas para atuar nas comunidades indígenas, incluindo a área Yanomami. Estamos sempre abertos para qualquer diálogo”, destacou.

Alinhamento com Roraima


Denarium conversa com ministros do Governo Lula sobre crise yanomami (Foto: Divulgação)

O ministro Rui Costa destacou a importância de unir esforços para solucionar todas as demandas do Estado de Roraima, mas nesse momento, para ele, a prioridade dessa parceria entre os governos é a solução da crise humanitária do povo Yanomami. “A vinda do governador Antonio Denarium mostra que o nosso governo trabalha pelo Brasil e que disputas eleitorais ou lados ficaram no passado, agora temos que nos preocupar em cuidar das pessoas, cuidar da nossa gente, cuidar do Brasil e nesse momento, junto com o governador Denarium, unir forças para resolver definitivamente essa crise, sem deixar ninguém desassistido”, frisou.

O ministro Alexandre Padilha esclareceu que o governo federal sabe da complexidade do tema e da necessidade de agir com inteligência e prudência. Padilha destacou a participação de Denarium, que foi acompanhado pelo senador Hiran Gonçalves (Progressistas). “A construção da solução será feita por todos. Recebi a prestação de contas e o plano de ação do governo de Roraima com muito otimismo e ciente de que juntos (governo federal, governo estadual e governos municipais), os resultados serão mais sustentáveis. Nosso governo está aberto ao diálogo e o presidente Lula não tem sentimento revanchista e buscará ajudar Roraima, como todo o Brasil, a solucionar todas as mazelas”.

Prestação de contas e sugestões


O governador Antonio Denarium apresentou sugestões ao governo federal (Foto: Divulgação)

O governador aproveitou a oportunidade para entregar uma prestação de contas das ações que tem feito nos últimos quatro anos a favor dos povos indígenas, e apresentou sugestões, como a instalação de um Abrigo Estadual de Acolhimento Yanomami, que será disponibilizado pelo Governo de Roraima no prazo de 30 dias, para ser gerido pelo DSEI-Y (Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami).

Nesse local, serão desenvolvidas atividades e atendimentos em parceria com as secretarias estaduais de Saúde (Sesau) e do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes). Também foi falado sobre a adoção de um protocolo de alta hospitalar para que os pacientes indígenas possam retornar o mais rápido possível para as suas comunidades.