O segundo entrevistado do programa agenda da semana, pela Rádio Folha, foi o ex-senador Mozarildo Cavalcante, que falou sobre o atual cenário político nacional e local.
Devido à longa experiência parlamentar, Mozarildo pôde avaliar o governo Bolsonaro ainda sem expectativas, já que são apenas cinco meses de um novo governo após 16 anos do PT (Partido dos Trabalhadores) no poder.
“Nas eleições presidenciais, o brasileiro não disponibilizava de grandes alternativas. Em Roraima, Bolsonaro foi o mais votado em relação aos outros estados, porque apresentou campanha combatendo a velha política corrupta, mas ainda não ficou claro suas intenções para Roraima. Embora os filhos, como parlamentares, estivessem visitando o estado, ninguém ainda compreendeu claramente para o que.”
Mozarildo analisou os impactos do governo Bolsonaro no governo estadual de Roraima e disse que a soma da falta de experiência do governador e interferências da oposição levam ao período de adaptação. “Se Denarium não roubar e não deixar que roubem, Roraima já produz. Também é necessário buscar alternativas rápidas e viáveis para planejamentos de médio e longo prazo,”
Para ele, também é necessário avaliar o impacto da imigração de modo geral no Estado. Mozarildo considerou a política de interiorização sem grandes resultados. “Foram interiorizados poucos imigrantes se compararmos com os números de quantos entram todos os dias legalmente pela fronteira”.
O ex-senador disse ainda que é possível acreditar no novo líder do governo federal, apesar da péssima postura comunicativa do Presidente em anunciar a contingência de corte em 30% das verbas destinadas às faculdades Federais do Brasil. “Na verdade, o corte dizia respeito a 3,4% e causou grande mal-estar devido ao erro. Não tiveram o cuidado de analisar informações, e naturalmente houve reação negativa da população. Tudo isso é resultado de falhas na assessoria e postura pessoal do presidente” opinou.
Para Mozarildo um candidato que já teve por volta de sete mandatos na carreira política como Jair Bolsonaro, a relação do mesmo com o senado, é considerada péssima. “Foram quase 20 anos de política, mas não aprendeu o mínimo que é debater ideias e ter boa interlocução com todos. Nas redes sociais é perdido um grande tempo dizendo frases desconexas que confundem até aqueles que compartilham de seus ideas. Os Filhos prestam desserviços atrapalhando e até criticando o vice-presidente da república”
Para o ex-senador, não haverá crise no governo Bolsonaro. A maioria da população não manifesta desejo de impeachment, mas é necessário esclarecer questões como a reforma da previdência, pois existem políticos que afirmam que a ação pode prejudicar os mais pobres. “A população deve se informar do que de fato é a reforma da previdência e não se respaldar no que apenas políticos dizem” concluiu.