Política

Guri para de funcionar e empresa alega sabotagem

Em rede social, empresa venezuelana de eletricidade atribuiu falha à sabotagem em usina hidrelétrica. Em Roraima, termoelétricas foram ligadas

Um apagão deixou boa parte da Venezuela sem energia elétrica no fim da tarde dessa quinta-feira, 7 e atingiu Roraima, onde as usinas termoelétricas tiveram que ser ligadas para que o abastecimento fosse mantido.

As autoridades venezuelanas afirmaram que o apagão geral foi uma “sabotagem”.

“Fomos alvo novamente da guerra elétrica. Desta vez, eles nos atacaram na geração e transmissão no estado de Bolívar, especificamente em El Guri, na espinha dorsal da eletricidade”, disse Luis Motta Domínguez, ministro da Energia Elétrica do governo de Nicolás Maduro. “Não vão nos derrotar”, acrescentou, falando a uma emissora de TV local.

A operadora estatal Corpoelec atribuiu a falta de energia a uma “guerra energética” contra o país, em declaração no Twitter. A agência afirma que o problema ocorreu por um ataque na usina elétrica de Guri situada no leste do país e que funcionários trabalham para restaurar o serviço. Guri, em Bolívar, é uma das maiores represas geradoras de energia da América Latina, atrás apenas de Itaipu, entre Brasil e Paraguai.

A luz foi cortada em Caracas às 16h50, hora local em Roraima, afetando amplas zonas da cidade e serviços como o metrô, além de linhas telefônicas e Internet.

Governo afirma trabalhar para evitar racionamento

Governador Antônio Denarium afirmou que já está se articulando para evitar transtornos para a população do Estado (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)   

O governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), disse que está trabalhando junto ao Ministério de Minas e Energia e à empresa Roraima Energia para que se aumente a capacidade geradora o suficiente para abastecer o Estado em caso de apagão definitivo na Venezuela. 

Durante o apagão venezuelano, as termelétricas foram acionadas, mas não conseguiram suprir a energia e as quedas ocorreram por mais de quatro vezes até o fechamento desta matéria, às 22h. As quatro termelétricas possuem capacidade de geração de 220 megawatts, menor que o consumo de energia em Roraima. A reportagem da Folha tentou contato com a assessoria de comunicação da Roraima Energia, mas até o fechamento dessa matéria não conseguiu.

Denarium confirmou que a possibilidade de racionamento se a situação piorar na Venezuela não está descartada, visto que hoje a energia em Roraima está sendo suprida pelas termelétricas, cuja capacidade é menor que a demanda.

“Nós, enquanto governo, solicitamos do Ministério de Minas e Energia que contrate um volume maior de energia da termoelétrica para que, se faltar em definitivo, não tenha racionamento em Roraima. Com essa demanda, eu conversei com o proprietário para aumentar a geração de energia para abastecer sem a dependência da Venezuela e sem racionamento”, afirmou.

Segundo o governador, a Roraima Energia tem um estoque de 10 milhões de litros de diesel, suficiente para abastecer as termos por oito a dez dias, caso a energia da Venezuela não seja restabelecida.

“Estamos utilizando 150 quilowatts, que é a capacidade que nós temos, mas no pico de verão, que é em abril, o consumo chega a 240, 250 quilowatts. Por enquanto, não tem suficiente, mas a empresa está se adequando para atender a capacidade de Roraima, caso a energia de Guri seja cortada em definitivo”, assegurou.