Política

Hamilton Castro diz que governo possui esquema de desvio de recursos

Candidato do Psol diz ser a única alternativa que pode tirar o Estado da situação de “caos” em que se encontra atualmente

Em entrevista à Rádio Folha, o candidato Hamilton Castro (Psol), da coligação Uma Alternativa de Esquerda para Roraima (Psol e PSTU), afirmou ser a única alternativa viável para tirar o Estado da situação de caos que, segundo ele, Roraima se encontra atualmente. Ele foi enfático ao afirmar que os problemas do Estado não estão relacionados à falta de gestão, e sim, são resultado de um “sofisticado esquema de desvio de dinheiro público”, impedindo a realização de ações que gerem desenvolvimento e qualidade de vida.
Iniciando a segunda rodada de entrevistas aos candidatos ao governo do Estado, promovida pelo programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 1020, o candidato afirmou que pretende promover transparência administrativa com a realização de contínuas auditorias nas contas do Estado. Além disso, o candidato pretende aproveitar, ao máximo, os servidores de carreira, restringindo os cargos de confiança ao “estritamente necessário”.
Segundo ele, a ideia é restringir o número de servidores comissionados para 200 e criar a função gratificada, que só pode ser exercida por servidores de carreira, tudo isso buscando a equiparação aos proventos recebidos pelos servidores do poder Judiciário. Os cargos comissionados seriam direcionados apenas a cargos do primeiro escalão de cada secretaria, enquanto os cargos abaixo disso seriam preenchidos com profissionais em função gratificada. “Quanto a estes secretários que saem de uma secretaria para outra, assim que o Psol assumir o governo, todos serão mandados de volta e Roraima estará livre destas sumidades”, enfatizou.
O candidato anunciou, como uma forma de manter a transparência das ações do governo, caso eleito, a criação de um conselho formado por membros da sociedade civil organizada, para que possam fiscalizar as deliberações do Executivo.
Ao conclamar, sobretudo, evangélicos e maranhenses a votarem nele, Castro pontuou que os três adversários têm parcela de culpa pela situação do Estado. “O quarto nome é um cidadão neutro, com experiência administrativa e todas as condições para tirar Roraima do caos administrativo em que se encontra”, enfatizou.
PROPOSTAS – Ao exemplificar a crise administrativa a que se refere, ele citou o exemplo do Hospital das Clínicas, em construção no bairro Pintolândia e que, segundo ele, deveria ter sido entregue em 2012. “Agora, contratam esta mesma empresa para a ampliação do HGR [Hospital Geral de Roraima], sendo que ela nem entregou a primeira obra para a qual foi contratada”, indignou-se.
Ele afirmou que, se for eleito, vai batalhar para a conclusão do Hospital das Clínicas, seguida da construção de outro hospital similar, também na periferia da cidade, além da reconstrução do Hospital Coronel Mota (HCM), medidas que, segundo ele, estão baseadas em relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), que discorre sobre deficiências na saúde pública.
Para a educação, o candidato afirma que pretende fazer valer o investimento mínimo de 25% em educação; reduzir o número de alunos por sala de aula; promover democracia na escolha dos diretores e conselhos escolares, além de promover um plano de carreira unificado pra professor e trabalhadores de apoio.
O candidato disse ainda que consta no plano de governo a extinção da Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima) e privatização do Mafir (Matadouro Frigorífico de Roraima).
Uma das primeiras ações que pretende adotar, caso eleito, é firmar contrato com o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e expansão da fibra ótica pela cidade, o que possibilitaria a criação de bancos de dados integrados em benefício da segurança, saúde, educação, dentre outros setores da administração pública. “Se formos eleitos, vamos fazer valer a lei, que diz que o Estado tem que ter um sistema integrado entre os três poderes”, disse.